Após escândalos, veja como estão os maiores frigoríficos na Bolsa
As companhias foram fortemente afetadas pela operação Carne Fraca e com a delação dos executivos da JBS contra o presidente Michel Temer
Karla Mamona
Publicado em 19 de agosto de 2017 às 08h01.
Última atualização em 19 de agosto de 2017 às 08h01.
São Paulo - Entre as quatro maiores frigoríficos listadas na Bolsa, a JBS é a que apresenta o pior desempenho em 2017. As ações da companhia acumulam perdas de mais de 26% entre janeiro e agosto deste ano.
A empresa dos irmãos Batista começou o ano com valor de mercado avaliado em quase 32 bilhões de reais. Já na última semana, o valor estimado era em cerca de 23 bilhões de reais. Uma queda de 9 bilhões de reais.
A companhia, cuja holding J&F, está no centro de uma crise política desencadeada por delações premiadas de seus executivos que envolveram o presidente Michel Temer, teve uma queda de 79,8% no lucro líquido do segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O balanço divulgado pela empresa não foi auditado já que é necessário a conclusão dos resultados da apuração de fatos ligados ao acordo de leniência firmado pela J&F com o Ministério Público Federal.
Outro destaque negativo na Bolsa entre as empresas do setor é a BRF. No ano, os papéis da companhia acumulam perdas de 16%. De janeiro a agosto deste ano, a soma da perda do valor de mercado chega em 6,25 bilhões de reais.
As ações têm sofrido na Bolsa desde a operação Carne Fraca, que ocorreu março desde ano. A operação, segundo a companhia, impactou diretamente nos resultados apresentados no segundo trimestre fazendo que ela apresentasse um prejuízo de 167,3 milhões de reais, revertendo o lucro de 31 milhões de reais apresentado no mesmo período de 2016.
Situação oposta
Em contrapartida, as ações da Minerva e da Marfrig acumulam alta de 4,72% e 7,72%, respectivamente.
As duas companhia viram seu valor de mercado aumentar entre janeiro e agosto deste ano, com destaque para a Marfrig que ganhou 972 milhões de reais no período.
No caso da Marfrig, apesar de ter registrado prejuízo no segundo trimestre deste ano, de156,9 milhões de reais, a companhia se mostra otimista.
Apostando em uma melhora para o setor, a Marfrig irá reabrir até setembro três frigoríficos em Rondônia (Ji-Paraná), Mato Grosso do Sul (Paranaiba) e Rio Grande do Sul (Alegrete). Em julho, a empresa já havia anunciado a reabertura de outras duas unidades.
Já a Minerva acumula ganhos de quase 5% na Bolsa. Atualmente, o valor de mercado da companhia é estimado em 2,78 bilhões de reais.
A companhia comprou as operações da JBS na América Latina (Argentina, Paraguai e Uruguai) por 300 milhões de dólares.
Com a compra, a Minerva estimou, para os próximos 12 meses, receita líquida consolidada entre 13 bilhões e 14,4 bilhões de reais. A previsão considerou a taxa de câmbio de 3,20 reais por dólar e crescimento orgânico das operações correntes da companhia.
Confira abaixo o desempenho das ações e o valor de mercado das companhias. O levantamento foi realizado pela Economatica, provedora de informações financeiras, a pedido de EXAME.com.
Empresa | Desempenho na Bolsa em 2017 | Valor de mercado em janeiro | Valor de mercado em agosto | Quanto ganhou/perdeu valor de mercado |
---|---|---|---|---|
JBS | -26,61% | R$ 31,026 bilhões | R$ 22,757 bilhões | R$ -8,26 bilhões |
BRF | -16,23% | R$ 38,552 bilhões | R$ 32,295 bilhões | R$ -6,256 bilhões |
Minerva | 4,72% | R$ 2,861 bilhões | R$ 2,797 bilhões | R$ -64 mil |
Marfrig | 7,72% | R$ 3,445 bilhões | R$ 4,418 bilhões | R$ 972 milhões |