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Após comentários de investidor, Europa fecha em queda

Índice Europe Stoxx 600, que inclui ações de diversas bolsas europeias, encerrou com queda de 0,6%, aos 322,67 pontos


	Mulher olha painel com movimento do índice FTSE 100, da bolsa de Londres: índice fechou em queda de 0,38%, aos 6.698,01 pontos
 (Lionel Healing/Stringer)

Mulher olha painel com movimento do índice FTSE 100, da bolsa de Londres: índice fechou em queda de 0,38%, aos 6.698,01 pontos (Lionel Healing/Stringer)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2013 às 16h06.

São Paulo - O mercado da Europa fechou nesta terça-feira, 19, os negócios em queda, pressionado durante toda a sessão pelos comentários do investidor bilionário Carl Icahn, que disse nesta segunda-feira, 18, que está "cauteloso" em relação a ações. O dia também foi influenciado pela redução da previsão do crescimento da zona do euro pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), além dos números de expectativa econômica na Alemanha e as declarações do vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, sobre compras de ativos.

O índice Europe Stoxx 600, que inclui ações de diversas bolsas europeias, encerrou com queda de 0,6%, aos 322,67 pontos. Icahn foi o responsável pela abertura das bolsas em território negativo depois de dizer nesta segunda-feira que o mercado de ações poderia ter "uma grande queda" e que seria necessário uma correção por parte das bolsas. "Em linha com o que aconteceu nos Estados Unidos e na Ásia, o mercado europeu operou em baixa como reflexo dos comentários do investidor bilionário Carl Icahn", disseram analistas da corretora World First, de Londres. "Os comentários foram suficientes para causar um pouco de recuo dos preços", afirmou o analista da corretora CMC Markets, Michal Hewson.

No fim da manhã, a OCDE divulgou o relatório de Panorama Econômico e reduziu a previsão de crescimento para a zona do euro para 1% em 2014, de 1,1%, além de ressaltar que os riscos de deflação para os países membros da União Europeia (UE) aumentaram. As bolsas ampliaram a queda após a divulgação do índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha. O indicador subiu para 54,6 em novembro e atingiu o nível mais alto desde outubro de 2009, mas ficou abaixo da previsão de 55. "A economia alemã deve evoluir, suavemente, até o fim do ano", disse o economista sênior do ING Carsten Brzeski.

O vice-presidente do BCE também se pronunciou nesta terça-feira e minimizou as especulações sobre qualquer compra de ativos de curto prazo pelo banco. O BCE acrescentou que um debate sobre detalhes técnicos da possível compra de ativos ainda não aconteceu. O relaxamento quantitativo "só foi mencionado como uma possibilidade, nada mais", afirmou. A perspectiva colaborou para os mercados diminuírem as perdas na parte final da sessão.

Os mercados também estão com as atenções voltadas para esta quarta-feira, 20, quando o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês) divulgará a ata da uma última reunião, que pode dar mais sinais sobre os estímulos à economia. O discurso do atual presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, previsto para mais tarde, pode refletir ao longo da sessão desta quarta-feira na Europa.

A bolsa de Madrid terminou com forte queda de 1,57%, aos 9.629,80 pontos. A Sacyr, do setor de construção civil, teve a maior queda, com as ações perdendo 7,9%. A FCC também terminou em território negativo, com os papeis em queda de 3,7%. As ações da Inditex recuaram 2,2% e a da companhia aérea IAG caíram 2,5%. Apenas cinco companhias registraram alta na sessão, como a Endesa, que encerrou com alta de 0,4%.

Em Londres, o índice FTSE fechou em queda de 0,38%, aos 6.698,01 pontos. As ações da EasyJet foram o destaque do dia, com alta de 7,1% depois de a companhia registrar bons resultados no terceiro trimestre. Os papeis do grupo PLC tiveram valorização de 2,5%. Na Alemanha, o DAX perdeu 0,35%, aos 9.193,29 pontos. As ações da Home Depot, que registrou lucro 43% maior no terceiro trimestre, aumentaram 1,26%. Já a K+S caiu 3,3% após a agência de classificação de risco Standard & Poor's reduzir o rating de longo prazo em crédito da fabricante de potássio de BBB+ para BBB.

O índice FTSEMIB, da bolsa de Milão, teve a maior queda do dia, encerrando a sessão com perdas de 1,77%, aos 18.766,68. Na França, o CAC 40 caiu 1,12%, aos 4.272,29 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 chegou a operar em território positivo após o pronunciamento de Constâncio, mas, no fim da sessão, virou novamente e fechou em leve queda de 0,15%, aos 6.354,24.

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