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Após alta de mais de 7%, BC fará intervenção para conter dólar

A última ação do BC para conter movimentos da moeda foi em maio de 2017, quando gravações de Joesley Batista aumentaram a volatilidade no mercado

Dólar: a intervenção ocorrerá por meio dos contratos de "swap" - transação financeira que equivale à oferta de dólares (Divulgação/Thinkstock)

Dólar: a intervenção ocorrerá por meio dos contratos de "swap" - transação financeira que equivale à oferta de dólares (Divulgação/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2018 às 08h24.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 08h25.

Brasília - O Banco Central decidiu agir para amenizar a disparada do dólar. Após a alta de mais de 7% da moeda americana na comparação com o real no último mês, a instituição anunciou que passará a atuar a partir desta quinta-feira, 03, no mercado futuro para "suavizar movimentos no mercado de câmbio".

A intervenção ocorrerá por meio dos contratos de "swap" - transação financeira que equivale à oferta de dólares. A última ação do BC para conter movimentos da moeda foi em maio de 2017, quando gravações de Joesley Batista aumentaram a volatilidade no mercado.

O anúncio de que o BC voltará a agir foi divulgado no início da noite da última quarta-feira, 02, após a moeda subir 1,55% e fechar o primeiro dia de negócios de maio em R$ 3,5518. Nesta quinta, o BC oferecerá aos investidores até US$ 445 milhões em um leilão.

O BC tem realizado leilões de swap ao longo dos últimos meses para renovar contratos antigos que estavam próximos de vencer. Ou seja, o BC apenas alongou operações existentes. A partir desta quinta-feira, a ação muda porque o BC poderá oferecer volume de dólar superior ao vencimento dos contratos antigos. Em outras palavras, o volume de dólares do BC no mercado futuro vai aumentar.

Se o BC mantiver o ritmo da oferta desta quinta-feira, até o fim do mês terá oferecido US$ 8,445 bilhões ao mercado. O valor é US$ 2,795 bilhões superior ao próximo vencimento dos swaps, em 1.º de junho. Não há, porém, nenhuma garantia de que a oferta seguirá esse padrão.

Um gestor de moedas de um banco estrangeiro considerou o montante extra como uma "intervenção pequena". Ele reconhece, porém, que o mais relevante no momento é a sinalização ao mercado de que, agora, o BC começou a agir.

Nas últimas semanas, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, vinha afirmando que o BC seguia monitorando o câmbio para evitar exageros. Ele advertia o mercado de que o câmbio é flutuante e a autoridade tem munição - reservas internacionais e estoque de swap cambial, além de ofertas de linhas de dólares, se for necessário.

Fluxo

Na semana em que o mercado acionário brasileiro comemorou dois lançamentos de ações, US$ 4,3 bilhões entraram no País. Entre 23 e 27 de abril, duas operadoras de saúde - o grupo NotreDame Intermédica e a Hapvida - lançaram ações na bolsa paulista e exportadores continuaram com firme volume embarcado.

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