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Após ação do Banco Central, dólar recua para R$ 3,74

Às 13:44, o dólar recuava 4,61% a 3,7449 reais na venda, após tocar a mínima de 3,7120 reais no dia

Projeção: "As condições que levaram o dólar a esticar não mudaram... O BC conseguiu tranquilizar, (mas) não significa que a moeda vai voltar a 3,50 reais", comentou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa (Hamera Technologies/VEJA)

Projeção: "As condições que levaram o dólar a esticar não mudaram... O BC conseguiu tranquilizar, (mas) não significa que a moeda vai voltar a 3,50 reais", comentou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa (Hamera Technologies/VEJA)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de junho de 2018 às 14h01.

Última atualização em 8 de junho de 2018 às 15h22.

São Paulo - O dólar despencava mais de 4 por cento nesta sexta-feira, já abaixo do patamar de 3,75 reais, após o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, anunciar reforço na atuação no mercado nos próximos dias e lembrar os agentes que a autoridade tem outros instrumentos para ampliar a liquidez.

Às 13:44, o dólar recuava 4,61 por cento, a 3,7449 reais na venda, após tocar a mínima de 3,7120 reais no dia.

Nos três últimos pregões, o dólar havia saltado 4,87 por cento, encerrando a véspera em 3,9258 reais, maior nível desde 1º de março de 2016. O dólar futuro tinha baixa de 2,40 por cento.

"O BC demorou a vir a público, deixando o mercado num ponto de tensão tão violenta que chegou muito perto de 4 reais... Mas foi só aparecer, dizer que estava a atento, já deu uma tranquilizada", comentou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa.

Na noite passada, Ilan informou que serão ofertados 20 bilhões de dólares adicionais em swaps cambiais tradicionais -equivalentes à venda futura de dólares- até o fim da próxima semana. E acrescentou que, se necessário, o BC poderá fazer leilões de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, ou até mesmo vender dólares das reservas no mercado à vista.

Ele ainda afastou a possibilidade de reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom) para mudar a taxa de juros, e reforçou as mensagens nesta sexta-feira.

O mercado ficou mais nervoso nos últimos dias em meio a preocupações com a situação fiscal do país, após a greve dos caminhoneiros gerar impacto bilionário sobre as contas públicas.

A cena política também pesava, a poucos meses da eleição presidencial e sem que um candidato que o mercado considera mais reformista decolando nas pesquisas de intenção de voto. E essas preocupações ainda continuavam entre os investidores.

"As condições que levaram o dólar a esticar não mudaram... O BC conseguir tranquilizar, (mas) não significa que a moeda vai voltar a 3,50 reais", afirmou Correa.

Nesta sessão, o BC já vendeu integralmente o lote de até 15 mil novos swaps, e também a oferta integral de até 60 mil contratos, dentro da nova estratégia de vender mais 20 bilhões de dólares em swaps até a próxima sexta-feira. Dessa forma, já injetou 10,306 bilhões de dólares neste mês no mercado.

Desde que começou a ofertar novos contratos de swap, no dia 14 de maio passado, o BC havia injetado no sistema até a véspera o equivalente a pouco mais de 14 bilhões de dólares.

E ainda vendeu os 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho, já somando 2,640 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o total.

O cenário externo também continuava como uma luz amarela para os mercados, em meio a temores de altas de juros além do esperado nos Estados Unidos ainda este ano.

Na próxima semana, o Federal Reserve, banco central do país, volta a se reunir e as apostas majoritárias são de que ele promoverá a segunda alta de juros neste ano. A dúvida é se indicará que vai acelerar o passo até o final do ano ou fará apenas mais uma elevação até o fim do ano.

Juros elevados têm potencial de atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.

Nesta sessão, o dólar operava em alta ante uma cesta de moedas e também divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.

"A expectativa com o Fed e também com nova pesquisa de intenção de voto no final de semana seguram um pouco a correção do dólar", afirmou o operador da mesa de câmbio de uma corretora local, ao citar a pesquisa Datafolha para as eleições presidenciais que deve ser divulgada no final de semana.

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