DÓLAR: No final, parece que teremos três moedas dominantes: dólar, euro e renmimbi, cada uma com suas fragilidades / Thomas Trutschel / Getty Images (Thomas Trutschel/Getty Images)
Tais Laporta
Publicado em 5 de junho de 2019 às 17h22.
Última atualização em 5 de junho de 2019 às 17h45.
O dólar interrompeu uma sequência de três quedas e avançou 1% no fechamento desta quarta-feira (5), negociado a R$ 3,89053. Foi o maior ganho diário em mais de duas semanas.
Já o maior índice de ações da B3, o Ibovespa, fechou em baixa de 1,42% nesta quarta-feira (5), a 95.998 pontos, mesmo com o viés positivo no exterior. O movimento foi de ajustes (investidores corrigindo posições) após a forte recuperação na última quinzena de maio, enquanto não saem novidades efetivas na pauta política.
O forte recuo dos bancos Bradesco, Itaú e Banco do Brasil pesou sobre o índice, assim como a queda da mineradora Vale. Mais cedo, o índice chegou a oscilar entre perdas e ganhos, em meio a expectativas de notícias que não se concretizaram.
O mercado esteve à espera da decisão do STF sobre a necessidade de aval do Congresso para a venda de empresas estatais, que pode atingir em cheio os planos de privatização da Petrobras. As ações da estatal fecharam em baixa, após subirem mais de 1% ao longo do dia.
No exterior, Wall Street manteve o viés positivo após dados mostrarem que o setor privado norte-americano registrou a menor criação de empregos em maio desde 2010, elevando as apostas de que o Federal Reserve poderia cortar os juros nos Estados Unidos para conter uma potencial desaceleração econômica.
De acordo com análise técnica da equipe do Itaú BBA, o Ibovespa ganhará novo impulso para cima se conseguir superar a região dos 97.600 pontos, conforme relatório a clientes.
A estatal PETROBRAS fechou em queda de mais de 1%, em meio ao declínio dos preços do petróleo no mercado internacional e à expectativa para a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre vendas de ativos da petrolífera de controle estatal.
As ações da petroquímica BRASKEM subiram, experimentando uma trégua após desabarem 17% na véspera, para a menor cotação de fechamento desde julho de 2017, após a europeia LyondellBasell Industries desistir de comprar a participação do conglomerado Odebrecht na petroquímica.
A rede varejista VIA VAREJO caiu mais de 4%, no segundo pregão negativo, diante de mais um passo em direção a mudanças no controle da companhia, envolvendo desta vez o empresário Michael Klein. O GRUPO PÃO DE AÇÚCAR, que tem o controle da empresa, recuou 2%.
Os papéis da companhia aérea GOL subiram, após dados mostrarem um crescimento de 12,5% na demanda total por assentos em maio, enquanto a oferta subiu 5,8%, resultando em taxa de ocupação maior. No setor, a AZUL subiu 2,9%.
A companhia de telecomunicações TIM caiu mais de 3%. O Morgan Stanley cortou a recomendação dos ADRs da companhia e reduziu o preço-alvo para 16 dólares, enquanto reiterou preferência pelas ações da TELEFÔNICA BRASIL, que subiram acima de 1%.
As ações da companhia de saneamento SABESP recuaram 0,8%, após dispararem quase 11% na véspera com o andamento de projeto de lei que muda o marco regulatório do setor de saneamento básico no país e é considerado essencial para uma eventual privatização da empresa paulista.
A mineradora VALE caiu 1,47%. A companhia identificou um aumento no grau de segurança da barragem Vargem Grande, na mina de Abóboras, em Nova Lima (MG), o que levou à redução do nível de alerta do Plano de Ação de Emergência (PAEBM) da unidade.
Os bancos tiveram um dia de perdas. BANCO DO BRASIL desvalorizou 2,76%, pior desempenho entre os bancos listados no Ibovespa, enquanto ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO cederam acima de 1%.