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Apesar de inflação, taxas futuras terminam estáveis

Nem mesmo os dados de inflação acima do previsto conseguiram garantir alguma tendência mais clara para os juros futuros


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 tinha taxa mínima de 10,81%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 tinha taxa mínima de 10,81% (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 17h07.

São Paulo - Em meio a uma liquidez bastante restrita, nem mesmo os dados de inflação acima do previsto conseguiram garantir alguma tendência mais clara para os juros futuros, que terminaram perto da estabilidade.

Pela manhã, chegaram a subir um pouco devido ao IGP-10, mas o movimento não se sustentou, também devido ao dólar, que oscilou em margens pequenas e sem direção clara.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 (4.290 contratos) tinha taxa mínima de 10,81%, de 10,82% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2015 (124.665 contratos) projetava 11,15%, de 11,16% na sexta-feira. No trecho mais longo, o contrato com vencimento em abril de 2017 (131.425 contratos) indicava 12,57%, de 12,55%. O DI para janeiro de 2021 (4.400 contratos) estava em 13,03%, de 12,98% no ajuste anterior.

Logo cedo, o mercado tomou conhecimento de dois dados de inflação. O IGP-10 de março acelerou para 1,29%, de 0,30% em fevereiro. Esse resultado superou a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de 1,25%.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços das matérias-primas brutas deram o impulso, com alta de 2,83% da soja (-8,66% em fevereiro) e de 26,11% do café em grão (+6,37% no mês anterior).

O IPC-S, por sua vez, avançou 0,84% na segunda leitura deste mês, após subir 0,71% na primeira quadrissemana.

Tal movimento fez o coordenador do índice, Paulo Picchetti, elevar a projeção para o dado fechado do mês para perto de 1,00%, de 0,70% anteriormente. "Com esse comportamento de Alimentação, é inevitável não fazer a revisão", argumentou.

Os preços do grupo subiram 1,59% na segunda quadrissemana de março ante 1,17% na anterior.


Como se não bastasse, no IPCA ponta, da FGV, a inflação de Alimentação e bebidas saltou para 2,14% no último sábado (15). Na sexta-feira, estava em 1,92%, de acordo com fonte que teve acesso ao dado. O IPCA integral ponta passou para 1,01%, de 0,88%, no mesmo período.

Mas em meio à liquidez menor, as taxas acabaram voltando para os ajustes, uma vez que o mercado também não enxergou nesses números, por enquanto, motivos para alterar o que já precificam para a condução da política monetária - ou seja, mais uma elevação de 0,25 ponto porcentual da Selic em abril, com o aumento podendo se repetir em maio.

Mesmo porque, uma fonte do governo disse ao Broadcast, na sexta-feira, que os efeitos da seca sobre os alimentos devem puxar os preços para cima, mas que esse impacto depois será devolvido.

A fonte afirmou ainda que os juros básicos só vão parar de subir quando a inflação voltar a ficar confortável dentro do horizonte relevante para a política monetária, ou seja, oito trimestres a frente. Segundo a fonte, a produção industrial em janeiro, as vendas varejistas no mesmo mês, a produção e as vendas de carros em fevereiro e o IBC-Br do primeiro mês do ano "estão melhores do que o esperado".

Também hoje, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que a balança comercial brasileira iniciou o mês de março com superávit de US$ 401 milhões nas duas primeiras semanas (até o dia 16). Com isso, o déficit acumulado no ano caiu para US$ 5,783 bilhões.

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