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Apesar de dados chineses fracos, asiáticas sobem com Pequim

O Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 1,7% hoje, a 2.733,17 pontos


	Bolsa: o Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 1,7% hoje, a 2.733,17 pontos
 (ChinaFotoPress/Getty Images)

Bolsa: o Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 1,7% hoje, a 2.733,17 pontos (ChinaFotoPress/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2016 às 08h51.

São Paulo - As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça-feira, após iniciativas de Pequim de ampliar os estímulos monetários e de tentar fortalecer o iuane por meio da taxa de paridade, e apesar de novos indicadores decepcionantes de atividade econômica da China.

Ontem, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou uma nova redução nos compulsórios bancários, de 0,50 ponto porcentual, liberando bilhões de iuanes em liquidez para que bancos comerciais os repassem na forma de empréstimos.

O gesto pegou alguns analistas de surpresa, uma vez que o PBoC já vinha injetando liquidez no sistema bancário por meio de operações diárias no mercado aberto.

Além disso, o PBoC orientou hoje o iuane para cima em relação ao dólar, através da chamada taxa de paridade, depois de enfraquecer a moeda chinesa por cinco sessões consecutivas. Apesar da sinalização do PBoC, o iuane acabou fechando em baixa marginal frente ao dólar, acumulando perdas por seis sessões seguidas.

O ajuste para cima na taxa de paridade veio após o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, garantir ao Secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, que não há motivo para a desvalorização de longo prazo do iuane, num indício de que o governo chinês está comprometido com a estabilidade cambial.

No fim da semana passada, o presidente do PBoC, Zhou Xiaochuan, fez declaração semelhante sobre o iuane.

O Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 1,7% hoje, a 2.733,17 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, teve alta ainda mais expressiva, de 2,3%, a 1.681,47 pontos.

Seguindo o tom positivo na China continental, o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,55%, a 19.407,46 pontos. Em Taiwan, o Taiex subiu 0,9%, a 8.485,69 pontos, atingindo o maior patamar desde o fim de novembro, enquanto o Nikkei mostrou alta de 0,37% em Tóquio, a 16.085,51 pontos, e o índice filipino PSEi registrou ganho de 0,88%, a 6.729,53 pontos.

O mercado sul-coreano foi exceção e o Kospi teve leve baixa de 0,18% em Seul, a 1.916,66 pontos.

Embora as bolsas chinesas tenham encerrando o dia no azul, o pregão foi marcado por volatilidade, após a divulgação de uma nova série de indicadores fracos da atividade econômica da China.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria chinesa recuou para 49,0 em fevereiro, de 49,4 em janeiro, com a leitura abaixo de 50,0 indicando que a atividade manufatureira da segunda maior economia do mundo se mantém em contração.

Uma pesquisa semelhante, da Markit Economics e da Caixin, mostrou o PMI industrial da China caindo a 48,0 em fevereiro, de 48,4 no mês anterior.

Já o PMI de serviços oficial do país se manteve acima de 50,0, ou em território de expansão, mas diminuiu para 52,7 em fevereiro, de 53,5 em janeiro.

Os PMIs fracos reforçam preocupações sobre a desaceleração econômica da China, que em 2015 cresceu no menor ritmo em 25 anos, mas também alimentam expectativas de que Pequim continuará adotando medidas de estímulo monetário e fiscal.

Na Oceania, a bolsa da Austrália acompanhou as asiáticas, também favorecida por ganhos recentes nos preços das commodities, que impulsionaram ações do setor minerador.

O S&P/ASX 200, índice que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, avançou 0,9%, a 4.922,30 pontos, registrando sua primeira variação significativa em quatro sessões. Entre as mineradoras, destacaram-se BHP Billiton (+3%), Rio Tinto (+2,7%) e Fortescue Metals Group (+6,4%).

No começo da madrugada, o BC australiano decidiu manter sua taxa básica de juros inalterada pela nona vez consecutiva, na mínima histórica de 2,0%, nível em que se encontra desde maio do ano passado. 

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