Mercados

Analistas pedem calma para acionistas da Brasil Telecom

Relação de troca com papéis da Telemar decepciona e volume de vendas dispara

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2010 às 17h22.

São Paulo - O novo capítulo da novela da troca das ações da Brasil Telecom pelas da Telemar, fruto da recente reestruturação da operadora de telefonia Oi, decepcionou o mercado. As ações ordinárias da BrT (BRTO3) despencaram 17,58%, para R$ 16,27. Os papéis preferenciais de classe A (BRTO4) caíram 5,7%, negociadas a R$ 11,58.

A notícia que azedou o humor dos acionistas foi o anúncio de que, agora, quem possui uma ação BRTO3 irá receber 0,3955 da ação TMAR3, não mais 0,4137. O mesmo acontece com as preferenciais. O acionista que aguardava ganhar 0,2531 da ação TMAR5, agora precisará se contentar com 0,2191. "Acho que a diminuição de valor foi um pouco exagerada", avalia Leonardo Nitta, analista do BB Investimentos.

Tropeços
É o segundo susto que os acionistas levam 2010. Depois de ser comprada pela Telemar em janeiro de 2009, a Brasil Telecom informou, em 3 de abril, que a empresa tinha R$ 1,45 bilhão em contingências judiciais. Entretanto, em janeiro de 2010, a empresa revisou os números para R$ 2,535 bilhões.

O fato interrompeu o processo de reestruturação, levando ao novo cálculo da relação de troca. Naquele dia, as incertezas em relação ao valor revisto levaram as ações preferenciais da BrT para uma queda de 10,8%. Assim, o investidor que comprou o papel por achar que o preço de R$ 14,90 daquela sessão era baixo, hoje testemunha mais uma derrocada.

"Quem comprou pensando que as ações iriam recuperar perdeu mais dinheiro", afirma  Rosângela Ribeiro, analista da SLW Corretora. Para ela, caso o investidor tenha uma outra boa opção para aplicar os recursos, vale a pena vender. "Mas a perspectiva para a Telemar também é boa. Trocar as ações pode ser interessante", indica.

O que fazer?
Nitta destaca que, com as ações da Telemar em mãos, o acionista terá mais liquidez. "As sinergias da fusão ainda estão acontecendo", explica. Ele lembra também que as ações serão, posteriormente, todas convertidas em uma nova classe de ações, a TMAR7.  "O lado positivo de criar um TMAR7 é aumentar a liquidez. Ela será a mais negociada do grupo, que hoje é a TNLP4", sugere.

Contudo, como se trata de um setor com um histórico de problemas societários, a prudência é necessária. "O aumento da provisão em janeiro mostra que a transparência da Brasil Telecom, que era ruim antes da venda à Telemar, foi mantida. A empresa pegou de surpresa os analistas e os investidores", diz Kelly Trentin, analista-chefe da corretora Spinelli. "Permanece o risco para quem tem ações da Brasil Telecom", completa.

A decisão desta quinta-feira sobre a relação de troca não é definitiva. Trata-se de uma sugestão do Conselho de Administração que ainda precisa da aprovação pelos acionistas minoritários em Assembléia Geral a ser convocada para um prazo de 30 dias.
 

Acompanhe tudo sobre:3GAçõesB3bolsas-de-valoresBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas portuguesasOiOperadoras de celularServiçosservicos-financeirosTelecomunicaçõesTelemar

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off