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Alta do dólar e setor aéreo afetado por ebola atingem Gol

Ações da Gol despencavam 4,9 por cento às 12h33 na Bovespa e os ADRs da empresa recuavam 5,6 por cento


	Avião da GOL Linhas Aéreas: ebola e dólar em alta afetam queda das ações da empresa
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Avião da GOL Linhas Aéreas: ebola e dólar em alta afetam queda das ações da empresa (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 13h17.

São Paulo - As ações da Gol perdiam mais de 4 por cento nesta quarta-feira, atingidas por preocupações com o impacto de um dólar mais valorizado ante o real e em meio à queda de papéis de companhias aéreas no exterior, com a confirmação de que o primeiro caso de ebola foi diagnosticado nos Estados Unidos.

As ações da Gol despencavam 4,9 por cento às 12h33 na Bovespa e os ADRs da empresa recuavam 5,6 por cento. Enquanto isso, nos EUA, Delta Air Lines perdia 3,26 por cento, Southwest Airlines caía 2,99 por cento e American Airlines recuava 3,18 por cento.

No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 1,5 por cento. No Chile, os papéis da Latam, formada pela chilena LAN e a brasileira TAM, tinham baixa de 1,39 por cento.

O avanço do dólar, que fechou setembro com sua maior alta mensal em três anos, pesava sobre os papéis da Gol, uma vez que a empresa tem custos importantes em dólar, como o do combustível, e menor proporção de receitas na moeda norte-americana. Além disso, autoridades de saúde dos EUA afirmaram na terça-feira que foi diagnosticado no país o primeiro paciente infectado com o vírus ebola, em um novo sinal de como o surto que assola a África Ocidental pode se espalhar globalmente.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA confirmou o diagnóstico, sem dar mais detalhes, levantando preocupações de que a doença possa restringir o tráfego aéreo.

Segundo participantes do mercado no Brasil, a aversão ao risco no setor aéreo no exterior contribuía para a queda da ação da Gol na Bovespa. "A ação acaba indo junto com um movimento global de cautela com as ações de empresas aéreas", disse o analista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos.

Especialistas afirmaram, no entanto, que o impacto da doença sobre as ações da Gol é limitado. "Um surto de ebola diminui o número de voos e é pior para todo o setor, mas a Gol tem exposição baixa a voos internacionais", disse o economista da Elite Corretora Hersz Ferman.

A Gol tem voos internacionais de passageiros de São Paulo (Guarulhos) para Miami e Orlando nos EUA, com escala em Santo Domingo, na República Dominicana. A empresa, que tem acordo de compartilhamento de voos com a Delta Air Lines, tem optado por elevar oferta de assentos em voos internacionais e reduzir no mercado doméstico.

Em agosto, a oferta de voos internacionais da Gol cresceu 27,3 por cento sobre um ano antes e a demanda cresceu 52 por cento.

PRINCIPAL DESTINO Segundo o anuário mais recente da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), de 2012, cerca de 4,3 milhões de passageiros viajaram entre o Brasil e os Estados Unidos, em ambos os sentidos, naquele ano. Os EUA foram, em 2012, o país com maior número fluxo de passageiros com o Brasil, seguido da Argentina, com cerca de 2,8 milhões.

O Ministério da Saúde afirmou na véspera que não há casos suspeitos ou confirmados de ebola no Brasil e que o risco de transmissão para o país é considerado baixo.

O vírus já matou mais de 3 mil pessoas na África Ocidental.

"A África não é uma parte grande da indústria de viagens, mas parece que algumas partes desse setor provavelmente serão afetadas por isso", disse Mitch Rubin, diretor de investimentos na RiverPark Advisors, em Nova York.

Nesta quarta-feira, o Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, no Estado norte-americano do Texas, afirmou que o paciente infectado pelo vírus, internado desde domingo, está em estado grave, mas não informou mais nenhum detalhe.

Autoridades da cidade afirmaram que os três membros da equipe de uma de uma ambulância que transportou o homem testaram negativo para a febre hemorrágica, mas foram postos em quarentena e serão monitorados atentamente nos próximos 21 dias, o tempo que os sintomas podem levar para surgir.

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