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Afundada em crise, Petrobras desaba após rebaixamento

O rating da dívida em moeda estrangeira da Petrobras foi rebaixado em dois degraus, passando de Baa3, que é a última nota da escala da Moody's


	A Petrobras disse que não tem a obrigação de quitar antecipadamente sua dívida por conta do rebaixamento
 (Getty Images)

A Petrobras disse que não tem a obrigação de quitar antecipadamente sua dívida por conta do rebaixamento (Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 10h45.

São Paulo - As ações da Petrobras abriram pregão em forte queda nesta quarta-feira. Os papéis preferenciais registravam perda de 7,40% e os ordinários, de 7,08%.

O mercado repercute a notícia de que a Moody's rebaixou os ratings da Petrobras para grau especulativo por conta das investigações sobre corrupção e pressões de liquidez que podem resultar do atraso da divulgação das demonstrações financeiras auditadas, colocando ainda mais peso sobre a estatal que vive sua maior crise.

O rating da dívida em moeda estrangeira da Petrobras foi rebaixado em dois degraus, passando de Baa3, que é a última nota da escala da Moody's considerada grau de investimento, para Ba2.

Além disso, a Moody's manteve a classificação da estatal em revisão para novo rebaixamento. Foi o segundo rebaixamento da Petrobras pela Moody's neste ano.

A estatal está no centro de um escândalo bilionário de corrupção, revelado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e considerado o maior da história do Brasil, envolvendo ex-funcionários, executivos de empreiteiras e políticos.

Em nota, a Petrobras disse que não tem a obrigação de quitar antecipadamente sua dívida por conta do rebaixamento ou perda do grau de investimento, que é uma das possibilidades caso a empresa atrase ainda mais a divulgação de seu resultado auditado do quarto trimestre.

"A Petrobras não possui covenants (obrigação de fazer) relacionados ao rebaixamento de rating por parte das agências classificadoras de risco ou relacionados à rating abaixo da classificação grau de investimento”, disse a estatal em nota.

Além da pressão de liquidez no curto prazo, a Moody's disse ainda que o rebaixamento reflete a sua visão de que a empresa pode levar mais tempo do que o esperado anteriormente para reduzir a sua alavancagem, condição necessária para a melhora substancial do perfil financeiro da estatal.

A agência também afirmou que não percebeu "progresso substantivo" que poderia reduzir significativamente as preocupações com a possibilidade de a Petrobras ter que pagar antecipadamente sua dívida.

A Moody's "ainda não vê nenhuma garantia concreta de que as demonstrações auditadas estarão disponíveis em qualquer data específica".

A Petrobras disse no início deste mês que planeja divulgar o resultado do quarto trimestre auditado até o fim maio.

No ano, as ações preferências da Petrobras acumulam perdas de 7,68%. 

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