Maurice Levy, do Publicis e John Wren, do Omnicom: outros grupos podem agora fechar acordos para evitar caírem no espaço entre gigantes do mercado e agência menores e independentes (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2013 às 11h22.
Londres - As ações de grupos de publicidade avançavam nesta segunda-feira após a Publicis e a Omnicom anunciarem a fusão de suas atividades na véspera, com os investidores apostando que o acordo cria uma abertura para rivais roubarem clientes desertores.
Juntos, o grupo francês e o grupo norte-americano vão ultrapassar a WPP, atual líder do mercado, formando uma gigante da indústria de 35,1 bilhões de dólares numa aposta que as agências precisarão de escala para investir em software e análise de dados para manterem o compasso com as mudanças no negócio de publicidade trazidas pela internet.
A WPP estava sendo negociada em alta de 1,62 por cento às 10h51 (horário de Brasília), enquanto a agência Havas, de menor porte, subia 5,4 por cento.
Analistas do Morgan Stanley disseram que o novo grupo Publicis Omnicom faria um contraponto mais forte a gigantes digitais como Facebook e Google na negociação de preços para anúncios e investimento em software e análise de dados.
"A consolidação pode ajudar a recuperar o poder de precificação em um setor muito competitivo", disseram.
Outros grupos podem agora fechar acordos para evitar caírem no espaço entre gigantes do mercado e agência menores e independentes, pontuaram especialistas da indústria.
O grupo norte-americano Interpublic, o francês Havas e o Dentsu, grupo japonês que comprou a britânica Aegis há um ano, poderiam fazer parte de uma nova rodada de consolidação.
A WPP, que se concentrou na compra de agências no setor digital e em mercados emergentes nos últimos anos, também poderia fechar transações maiores.
Conflitos de clientes
Ao reunir as marcas da Publicis, como Saatchi & Saatchi, com as da Omnicom, como BBDO Worldwide e DBB Worldwide, a fusão irá criar conflitos entre os clientes, segundo analistas, e os rivais não perderão tempo para fechar negócios.
A Publicis representa a Coca-Cola, enquanto a Omnicom tem a conta da Pepsi-Cola, por exemplo, além de ambas terem todas as grandes fabricantes de carros da Alemanha entre seus clientes.
Publicis e Omnicom minimizaram o risco de deserção de clientes, dizendo que a sobreposição é mínima e que já operam com políticas estritas nas suas centenas de agências para prevenir conflitos.