Ações da Petrobras atingem menor valor em 10 anos
Após a agência de classificação de risco Moody's rebaixar todos os ratings da estatal, as ações fecharam hoje com a menor cotação desde 2004
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 19h50.
São Paulo - As ações da Petrobras fecharam nesta sexta-feira com a menor cotação em mais de 10 anos, após a agência de classificação de risco Moody's rebaixar todos os ratings da estatal envolvida em um grande escândalo de corrupção .
As ações preferenciais da Petrobras recuaram 6,5 por cento, a 8,18 reais, no menor nível de fechamento desde setembro de 2004.
A ação ordinária recuou 5,1 por cento para a menor cotação desde maio de 2004, a 8,04 reais.
A Moody's cortou os ratings da estatal na noite de quinta-feira, citando preocupações com investigações sobre corrupção e possível pressão sobre a liquidez da companhia em função de atraso na divulgação de resultados financeiros auditados.
Moody's manteve os ratings em revisão para rebaixamento adicional.
"Repercute a possibilidade da nota de crédito da empresa ser rebaixada à frente, e chegar a perder o chamado grau de investimento", disse a Guide Investimentos em relatório.
Segundo a Desde a divulgação na quarta-feira dos resultados do terceiro trimestre sem as esperadas baixas contábeis relativas ao escândalo de corrupção, os papéis preferenciais da estatal perderam 19,6 por cento, ou quase 2 reais.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.