Ações da Ambev caem 2,62% após controladora cancelar IPO na Ásia
Estimada em 9,8 bilhões de dólares, a abertura de capital na bolsa de Hong Kong poderia ter sido o maior IPO do ano
Juliana Elias
Publicado em 12 de julho de 2019 às 18h37.
As ações da fabricante de bebidas Ambev fecharam esta sexta-feira em queda de 2,62%, a R$ 18,20, após sua controladora, a AB InBev, cancelar a intenção de abertura de capital (IPO) em Hong Kong, anunciada há pouco mais de dois meses. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,18%. Listadas em Nova York, as ações da AB InBev fecharam o dia com queda de 1,1%, enquanto o índice Dow Jones subiu 0,9%.
Estimada em até 9,8 bilhões de dólares, a listagem da subsidiária asiática do conglomerado de bebidas, se concretizada, deveria se tornar a maior operação de IPO do ano — em maio, o aplicativo de transportes Uber levantou 8,1 bilhões de dólares em sua estreia na bolsa de Nova York.
“A Anheuser-Busch InBev decidiu que, neste momento, não irá mais prosseguir com a oferta pública anunciado de uma fatia minoritária de sua subsidiária na Ásia-Pacífico, a Budweiser Brewing Company APAC Limitada, na Bolsa de Valores de Hong Kong”, informou o conglomerado sediado na Bélgica, em comunicado ao mercado.
“A companhia não irá prosseguir com a transação por diversos fatores, incluindo as condições de mercado atuais. A companhia vai monitorar atentamente as condições de mercado, e segue avaliando continuamente suas opções para gerar valor ao acionista, otimizar os negócios e sustentar um crescimento de longo-prazo, sujeito a rigorosa disciplina financeira.”
A oferta de ações integrava a intenção da AB InBev, maior cervejaria do planeta e dona de marcas como Stella Artois e Corona, de ampliar sua participação e consolidar a liderança na região da Ásia-Pacífico, onde o mercado de consumo de cervejas, incluindo de marcas premium, está em crescimento.
O levantamento de capital na bolsa de Hong Kong também tinha potencial para ajudar a cervejeira em novas aquisições na Ásia e no equacionamento de suas finanças, após uma série de aquisições que a levou a atingir uma dívida de 100 bilhões de dólares no ano passado.