Nova York - As bolsas de valores norte-americanas recuavam mais de 1 por cento nesta segunda-feira, conforme temores com a questão orçamentária nos EUA e a crise de dívida na Europa inquietavam os mercados e ofuscavam o início da temporada de balanços corporativos.

Renovadas preocupações de que a crise de dívida europeia possa se espalhar, o aumento na inflação chinesa e um impasse nas negociações orçamentárias em Washington combinavam-se para preocupar investidores após o decepcionante relatório de emprego de sexta-feira.

Às 14h (horário de Brasília), o índice Dow Jones, referência da Bolsa de Nova York, caía 1,2 por cento, para 12.505 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq recuava 1,87 por cento, para 2.806 pontos. O índice Standard & Poor's 500 perdia 1,68 por cento, para 1.321 pontos.

O S&P anulava os ganhos do mês, enquanto o Dow e o Nasdaq se mantinham em território positivo.

Minando esperaças de uma "grande barganha" para reduzir a dívida dos EUA, um encontro ocorrido no domingo e já antecipado pouco fez para dar chão ao mercado, uma vez que o presidente Barack Obama e os republianos do Congresso continuaram divergindo sobre o tema impostos.

Embora investidores ainda considerem improvável não haver um acordo sobre a dívida, a falta de uma resolução num momento de crescente incerteza internacional pesava sobre o sentimento.

O índice de volatilidade da CBOE, considerado termômetro do nervosismo do mercado, disparava x por cento.

"A maioria dos investidores vê uma pequena chance de não haver acordo algum, mas conforme adentrarmos as próximas semanas e nada for feito, essa probabilidade vai aumentar", disse Walter Todd, que gerencia 950 milhões de dólares na Greenwood Capital, em Greenwood, Carolina do Sul.

Ele acrescentou que se não houver acordo, será "um desastre, um golpe aos mercados ao redor do mundo".

O setor bancário e outros economicamente sensíveis recuavam. Bank of America Corp cedia 3 por cento, enquanto Freeport McMoRan Copper & Gold Inc caía 3,4 por cento.

O mercado reagiu ainda à alta na inflação chinesa. O índice de preço ao consumidor do país em junho subiu 6,4 na comparação anual, ligeiramente acima da previsão de economistas de uma alta de 6,3 por cento, com fortes elevações em alimentos e bens de consumo.