Ação do Deutsche Bank tem forte queda e reacende luz amarela para crise bancária
Há menos de uma semana da venda do Credit Suisse para o UBS, parece que nada é capaz de tranquilizar o investidor
Repórter Exame IN
Publicado em 24 de março de 2023 às 10h20.
Última atualização em 24 de março de 2023 às 10h59.
Apertem os cintos... o piloto sumiu. Ao menos é o que parece ao se observar os índices das principais bolsas de valores em todo o mundo na manhã desta sexta-feira, 24. Há menos de uma semana da venda do Credit Suisse para o UBS, numa ação costurada a muitas mãos, em especial as das autoridades suíças, parece que nada é capaz de tranquilizar o investidor e sinalizar que uma possível crise bancária ficou para trás.
Há pouco, nas bolsas europeias, todos os índices iam para o campo negativo, puxados especialmente pelas ações dos bancos. O destaque negativo de hoje é o Deutsche Bank, da Alemanha. Às 10h do horário de Brasília, a ação caía 12,4%, mas já havia registrado mais de 14% de recuo.
Desempenho dos indicadores perto das 10h (de Brasília):
- DAX (Frankfurt): -2,01%
- CAC 40 (Paris): -1,88%
- FTSE 100 (Londres): - 1,43%
- Stoxx 600 (Europa): -1,47%
Em um relatório, o analista Emmanuel Cau, chefe de estratégia de ações europeias do Barclays diz que "há questões específicas do banco com as quais se preocupar, como regulamentação e segurança de depósitos”.
No caso do alemão Deutsche Bank, cujas ações já haviam cedido expressivamente durante o colapso do Credit nos últimos dias, o que tem pressionado o papel é o custo de seguro contra a inadimplência da dívida, que aumentou acentuadamente.
O Wall Street Journal observa que as ações chegaram ao menor nível desde o outono do hemisfério norte, numa análise com estações do ano que é bastante comum aos mercados norte-americano e europeu.
Insegurança após fala de Yellen
As falas de ontem da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, trouxeram algum nível de tensão. Yellen afirmou que medidas de emergência podem ser implantadas novamente em meio a preocupações com bancos americanos. Isso se contrapõe a falas anteriores da secretária, que disse a senadores que o Tesouro não considera nenhum plano de garantia dos depósitos bancários sem aprovação do Congresso.