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Ação da Tecnisa é como um samba de uma nota só, diz banco

Analistas criticam a grande exposição ao “Projeto Telefônica” e os atrasos que tem enfrentado

Projeção do empreendimento Jardim das Perdizes, no antigo terreno da Telefônica (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 08h42.

São Paulo – As ações da Tecnisa ( TCSA3 ) são como um “samba de uma nota só”, avalia o banco Credit Suisse em um relatório crítico sobre as operações da empresa. A referência à música de Tom Jobim se dá por conta da grande participação que o “Projeto Telefônica” tem dentro da companhia. Assim como a obra-prima de Jobim diz: “Eis aqui este sambinha feito numa nota só. Outras notas vão entrar, mas a base é uma só”, a base da Tecnisa é esse projeto (e ele não tem ido pra frente).

Na última segunda-feira, a incorporadora revisou sua projeção de lançamentos para 2012 pela terceira vez neste ano, e desta vez informou que pretende lançar 1 bilhão de reais em valor geral de vendas (VGV) no período. É uma diferença gigante para os 2,8 bilhões de reais anunciados no ano passado.

A companhia afirma que o valor não considera qualquer lançamento que possa vir a ser realizado no “Jardim das Perdizes”, o nome comercial do tão falado Projeto Telefônica. O empreendimento será construído num terreno de 244 mil m², que foi comprado da Telefônica em 2006 por 134 milhões de reais, ou 549 reais por m². Um valor considerado “muito baixo” pelo banco. A ideia é criar na região um bairro planejado e integrado ao seu entorno com apartamentos, escritórios, hotel e áreas de lazer abertas ao público.

Desde a compra, a Tecnisa sofreu para conseguir as aprovações necessárias pela Prefeitura de São Paulo – o que só aconteceu em julho do ano passado. Na previsão inicial, o projeto seria então lançado no começo de 2012. Na época, o Credit Suisse chegou a estimar um retorno de 4 bilhões de reais, dos quais 3 bilhões iriam para a Tecnisa, e um valor líquido de 600 milhões de reais. Isso considerando um preço por m² conservador de 2.200 reais.

“Nós estamos esperando uma melhora na margem bruta em 2014 e na margem de lucro líquido em 2015, já que o Projeto Telefônica deve representar uma parcela maior dos lançamentos nos próximos de anos”, diz Vanessa na análise.

Reputação

Após outra revisão de lançamento de projetos, o Credit Suisse atualizou suas projeções para a Tecnisa. A analista Vanessa Quiroga, que assina o relatório, reduziu o preço-alvo das ações para 9,50 reais – o que representa um potencial de valorização de 17% - e manteve a recomendação neutra.

Segundo a analista, a Tecnisa perdeu um pouco de sua reputação positiva com os investidores depois de relatar o excesso de custos inesperados em canteiros de obra. “Em nossa opinião, quanto mais cedo a empresa anunciar os ajustes de custos, melhor “, diz. Ela lembra que o sucesso das ações da empresa depende exclusivamente de um resultado positivo do Projeto Telefônica.

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São Paulo – As ações da Tecnisa ( TCSA3 ) são como um “samba de uma nota só”, avalia o banco Credit Suisse em um relatório crítico sobre as operações da empresa. A referência à música de Tom Jobim se dá por conta da grande participação que o “Projeto Telefônica” tem dentro da companhia. Assim como a obra-prima de Jobim diz: “Eis aqui este sambinha feito numa nota só. Outras notas vão entrar, mas a base é uma só”, a base da Tecnisa é esse projeto (e ele não tem ido pra frente).

Na última segunda-feira, a incorporadora revisou sua projeção de lançamentos para 2012 pela terceira vez neste ano, e desta vez informou que pretende lançar 1 bilhão de reais em valor geral de vendas (VGV) no período. É uma diferença gigante para os 2,8 bilhões de reais anunciados no ano passado.

A companhia afirma que o valor não considera qualquer lançamento que possa vir a ser realizado no “Jardim das Perdizes”, o nome comercial do tão falado Projeto Telefônica. O empreendimento será construído num terreno de 244 mil m², que foi comprado da Telefônica em 2006 por 134 milhões de reais, ou 549 reais por m². Um valor considerado “muito baixo” pelo banco. A ideia é criar na região um bairro planejado e integrado ao seu entorno com apartamentos, escritórios, hotel e áreas de lazer abertas ao público.

Desde a compra, a Tecnisa sofreu para conseguir as aprovações necessárias pela Prefeitura de São Paulo – o que só aconteceu em julho do ano passado. Na previsão inicial, o projeto seria então lançado no começo de 2012. Na época, o Credit Suisse chegou a estimar um retorno de 4 bilhões de reais, dos quais 3 bilhões iriam para a Tecnisa, e um valor líquido de 600 milhões de reais. Isso considerando um preço por m² conservador de 2.200 reais.

“Nós estamos esperando uma melhora na margem bruta em 2014 e na margem de lucro líquido em 2015, já que o Projeto Telefônica deve representar uma parcela maior dos lançamentos nos próximos de anos”, diz Vanessa na análise.

Reputação

Após outra revisão de lançamento de projetos, o Credit Suisse atualizou suas projeções para a Tecnisa. A analista Vanessa Quiroga, que assina o relatório, reduziu o preço-alvo das ações para 9,50 reais – o que representa um potencial de valorização de 17% - e manteve a recomendação neutra.

Segundo a analista, a Tecnisa perdeu um pouco de sua reputação positiva com os investidores depois de relatar o excesso de custos inesperados em canteiros de obra. “Em nossa opinião, quanto mais cedo a empresa anunciar os ajustes de custos, melhor “, diz. Ela lembra que o sucesso das ações da empresa depende exclusivamente de um resultado positivo do Projeto Telefônica.

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