Projeto LandCo da SLC Agrícola poderá potencializar ainda mais os papéis (David Nance/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2011 às 14h49.
São Paulo – A SLC Agrícola (SLCE3), uma das maiores produtoras de soja, milho e algodão do Brasil, deve continuar a se beneficiar dos altos preços das commodities agrícolas, principalmente por conta do aumento da demanda destes produtos diante do crescimento da população mundial, afirmam os analistas Pedro Richards e Martín Tapia da Raymond James.
“A SLC oferece uma exposição ao setor imobiliário rural no Brasil além de operações rentáveis no agronegócio, uma combinação atrativa que a maioria das empresas regionais não possuem”, afirmam.
Diante deste cenário, eles recomendaram nesta sexta-feira (29) - em início de cobertura das ações - a compra dos papéis, com um preço-alvo de 26,5 reais em 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 33%. Ontem (28), as ações da SLC Agrícola terminaram o dia negociadas a 20 reais na BM&FBovespa.
Segundo Richards e Tapia, as ações da companhia são negociadas atualmente com um prêmio de 5% sob o valor líquido dos ativos (NAV, na sigla em inglês) de 19 reais cada. “Se acrescentarmos as operações em terras alugadas, teríamos o preço de 22 reais por ação, o que representa um aumento de 10% sobre o preço de mercado atual”, avaliam.
A SLC possui grande exposição nos campos agrícolas brasileiros, além de uma grande operação agrícola rentável, disse a Raymond James. Esta é uma combinação que diferencia a companhia de suas principais concorrentes, destacam os analistas.
“Projetamos um crescimento significativo no lucro por ação, de 0,60 real por cada papel em 2010 para 0,99 em 2011 e 1,44 em 2012, puxado pela alta dos preços das commodities e aumento da área plantada”, afirmam.
Mais valorização
Na avaliação da Raymond James, o projeto LandCo da SLC Agrícola poderá potencializar ainda mais o avanço nas ações da companhia, já que o mesmo não foi incorporado no preço-alvo pelos analistas Richards e Tapia.
A iniciativa consiste na criação de uma empresa de comercialização de terras e futuro braço imobiliário agrícola da SLC Agrícola, que deverá contribuir com 55 mil hectares para o empreendimento, passando a deter 51% da nova companhia. A fatia restante (49%) deverá ser vendida a novos investidores em uma colocação privada.
No entanto, o projeto está atrasado por conta de um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que emitiu em agosto de 2010 um parecer que limita a compra de terras por estrangeiros e empresas brasileiras controladas por estrangeiros.