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À espera do Fed, NY deve abrir sem direção única

Em busca de sinais sobre o futuro da política monetária dos EUA, as atenções dos investidores estão voltadas para uma entrevista do presidente do Federal Reserve de Chicago


	Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro recuava 0,14% e o S&P 500 tinha baixa de 0,19%, mas o Nasdaq subia 0,04%
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro recuava 0,14% e o S&P 500 tinha baixa de 0,19%, mas o Nasdaq subia 0,04% (REUTERS/Brendan McDermid)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 11h41.

Nova York - As bolsas norte-americanas devem iniciar o pregão desta terça-feira, 6, sem direção única, sinalizam os índices futuros. Em busca de sinais sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos, as atenções dos investidores estão voltadas para uma entrevista do presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, na tarde de hoje.

Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro recuava 0,14% e o S&P 500 tinha baixa de 0,19%, mas o Nasdaq subia 0,04%.

Evans vai falar a partir das 14h de Brasília. O interesse pela apresentação dele é grande, pois o dirigente tem poder de voto na reunião de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Além disso, Evans tem mantido postura discreta recentemente. A última vez que fez uma apresentação pública foi em maio. Naquele mês, defendeu a política monetária e disse que a estratégia atual seria mantida até o mercado de trabalho apresentar melhora "substancial" e a inflação seguir abaixo da meta.

A cada novo indicador que sai sobre a economia norte-americana a confusão sobre os rumos da política do Fed aumenta.

Na segunda-feira, 5, os dados do índice de atividade do setor de serviços dos EUA, medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês), vieram muito acima do previsto e aumentaram as especulações sobre a proximidade da redução do ritmo de compras de ativos do Fed.

Na sexta-feira, os números do mercado de trabalho trouxeram sinais mistos, com a criação de vagas decepcionando, mas a taxa de desemprego caindo mais que o esperado.

"Os investidores estão mais sensíveis aos indicadores e devem ficar ainda mais", avalia Michelle Meyer, economista do Bank of America Merrill Lynch. Por isso, a previsão é de mais oscilações no mercado, enquanto não houver uma definição mais clara do que vai ocorrer com a política monetária.


Para complicar, os próprios dirigentes do Fed vêm mostrando opiniões divergentes. Na segunda-feira, 5, o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, se mostrou a favor do início da redução dos incentivos a partir de setembro.

Na sexta-feira, 2, o dirigente do Fed de Saint Louis, James Bullard, passou a mensagem de que era melhor "esperar para ver" e afirmou que é preciso mais indicadores para decidir o que fazer sobre o ritmo de compras de ativos. Em entrevista exclusiva à Market News International, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, disse que a redução das compras de ativos poderia começar já em setembro, embora "não necessariamente".

Nesta terça-feira, 6, entre os indicadores, o único número previsto, além dos dados semanais de estoques de petróleo, era a balança comercial dos EUA. O saldo comercial de junho surpreendeu e caiu 22%, para um déficit de US$ 34,2 bilhões, melhor do que o esperado por analistas, que previam saldo negativo de US$ 43,5 bilhões.

As exportações subiram e as importações caíram e a análise inicial é que essa queda acima do esperado pode significar a possibilidade de uma revisão para cima nos números do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.

No noticiário corporativo, o dia tem balanços de grandes empresas, alguns antes da abertura e outros depois do fechamento da bolsa. Entre os destaques, a Walt Disney, a cervejaria Molson Coors e a rede de farmácias CVS, que comprou a brasileira Onofre em fevereiro, soltam seus números nesta terça-feira, 6.

Entre as empresas que já anunciaram o balanço hoje, a CVS registrou lucro líquido de US$ 1,1 bilhão no segundo trimestre, acima dos US$ 965 milhões do mesmo período do ano passado. As receitas cresceram 1,7% para US$ 31 bilhões.

Os números superaram a previsão dos analistas. No pré-mercado, a ação da rede de farmácias, que na prática funciona como supermercados nos EUA, caía 0,44%.

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