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A era dos extremos: a bolsa, o câmbio e as eleições

Investidores se mostram focados nas pesquisas eleitorais e a outros eventos que podem influenciar a bolsa

Após pesquisa Datafolha, Ibovespa fechou em queda de 2,3% e o dólar subiu 1,5%, para 4,15 reais (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 06h53.

Última atualização em 12 de setembro de 2018 às 07h30.

Caiu para voltar a subir? Sobram eventos internacionais para influenciar a bolsa e o dólar no Brasil, como a publicação, nesta quarta-feira, do Livro Bege do Fed, um conjunto de análises do banco central americano sobre a economia do país. Ontem, a China ainda pediu para que a Organização Mundial do Comércio imponha novas sanções contra os Estados Unidos . São eventos que tradicionalmente movem mercados.

Mas no Brasil de setembro de 2018 os investidores estão focados nas pesquisas eleitorais e em eventos paralelos (como decisões judiciais e atentados a faca) capazes de mexer com a cabeça dos eleitores.

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Nesta terça-feira, o Ibovespa fechou em queda de 2,3% e o dólar subiu 1,5%, para 4,15 reais, como consequência da pesquisa Datafolha divulgada na noite anterior, mostrando que os efeitos do atentado a Jair Bolsonaro (PSL) foram mais restritos que o esperado. Segundo o Datafolha, Bolsonaro ganhou 2 pontos percentuais, dentro da margem de erro, e ainda viu sua rejeição subir 4 pontos, abrindo caminho para uma vitória de Ciro Gomes (PDT) ou Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

Seguindo a lógica, hoje é o dia da retomada. Na noite de ontem, o Ibope divulgou um levantamento bem mais favorável a Bolsonaro, candidato que passou a ser visto por investidores como um porto mais seguro para a economia desde que anunciou o economista Paulo Guedes como seu ministro da Fazenda. Segundo o Ibope, as intenções de voto em Bolsonaro subiram de 22% para 26%. No segundo turno, Bolsonaro superaria Haddad em 40% a 36%, fato que tende a motivar investidores. A rejeição ao deputado também caiu três pontos após a facada, de 44% para 41%.

O mercado é terreno fértil para análises imediatistas. Quinta-feira passada, a bolsa subiu 1,76% minutos após a facada em Bolsonaro, consequência da visão dos investidores de que o ataque o favorece eleitoralmente, e que isso é motivo de alívio. Uma análise mais cautelosa, porém, pode revelar motivos para uma cautela generalizada. “A esquerda perder não significa que estaremos fora de perigo em 2019”, afirmou na segunda-feira em artigo a EXAME Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. “A polarização certamente se manterá elevada e a questão relevante é o que a equipe econômica de Bolsonaro fará caso chegue lá”.

Vale cita Alberto Dines ao dizer que o tempo é “negro” e a temperatura “sufocante”. Mas na bolsa e no câmbio os dias de tempestade continuarão se seguindo aos de céu de brigadeiro.

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