Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, é uma das maiores figuras femininas do meio empresarial (Lailson Santos/Divulgação)
Bianca Alvarenga
Publicado em 8 de março de 2021 às 14h12.
Última atualização em 9 de março de 2021 às 18h08.
A diversidade tem sido uma preocupação crescente entre as empresas brasileiras. As que chegam ao mercado de capitais têm uma tarefa adicional: compor um conselho de administração com representatividade múltipla. O número de conselheiras mulheres aumentou nos últimos anos, mas ainda está longe de um mundo ideal.
De acordo com um levantamento feito pela empresa de dados financeiros Teva Índices em parceria com a corretora Easynvest, somente uma empresa da bolsa de valores possui mais mulheres do que homens no conselho. Trata-se da Enjoei, marketplace de moda que estreou na bolsa no ano passado. Dos 5 conselheiros da empresa, 3 são mulheres.
No Banco BMG, a divisão é meio a meio: 4 mulheres e 4 homens no conselho. Até mesmo o Magazine Luiza, cuja figura maior é a empresária e presidente do conselho de administração Luiza Trajano, não conseguiu uma divisão equânime. Dos 7 conselheiros do Magalu, 3 são mulheres.
É importante reconhecer a iniciativa das companhias de trazer mais profissionais do sexo feminino para cargos importantes, como o de conselheira, mas ainda há um longo caminho até que as mulheres líderes tenham nas empresas a mesma participação que têm na sociedade.
"O levantamento destaca quem tem feito a lição de casa, mas o cenário segue desigual para elas. Se pensarmos em CEOs, menos de 2% são mulheres em companhias abertas no país", diz Iris Sayuri, gerente de produto da Easynvest.
Ela lembra que a diversidade é um dos pilares da boa governança, e que por isso tem sido uma preocupação das empresas que chegam à bolsa. “Vemos novas empresas realizando o IPO já com o cuidado em ter maior representatividade feminina na liderança", afirma.