Invest

Como se proteger da inflação e investir com juros em alta no mundo

Proteger o patrimônio da alta dos preços será um dos temas centrais de estrategistas no ano que começa

Ativos de risco devem perder fôlego com a alta dos preços e das taxas de juro no mundo desenvolvido | Foto: GettyImages (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Ativos de risco devem perder fôlego com a alta dos preços e das taxas de juro no mundo desenvolvido | Foto: GettyImages (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 07h53.

A inflação, velha conhecida do brasileiro, voltou ao radar dos investidores e será um dos temas centrais na estratégia de alocação de ativos em 2022. Proteger o patrimônio da maior alta de preços em décadas -- a taxa está na casa dos dois dígitos -- será um dos objetivos do ano que começa.

A recomendação de especialistas para o investidor é dedicar maior atenção e espaço a títulos de renda fixa atrelados à inflação, caso do IPCA+, e a ativos de empresas que consigam repassar a alta dos preços para seus consumidores, no caso da renda variável.

Uma das recomendações de Carlos Eduardo Rocha, o Duda, CIO (head de investimentos) da gestora Occam, é o setor de petróleo, que deverá continuar em alta com a retomada econômica.

Outra recomendação de estrategistas é colocar parte do patrimônio no exterior, uma vez que a previsão é que ainda haja oportunidades em ações de setores mais resilientes à inflação e a seus efeitos sobre a economia.

A inflação está presente não apenas no Brasil mas também no mundo desenvolvido, em razão inicialmente de choques de oferta com a disrupção em cadeias produtivas globais, mas mais recentemente de forma persistente e disseminada para outros setores da economia.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor subiu a uma taxa anualizada de 6,8% em novembro, a mais elevada em 39 anos.

Diante desse quadro, o Federal Reserve, o banco central americano, declarou em sua última reunião em dezembro estar pronto para adotar de forma mais assertiva -- o famoso tom hawkish -- as medidas necessárias para conter a escalada de preços, como acelerar a retirada gradual de estímulos e aumentar a taxa de juro em meados do próximo ano.

“O mundo não vê uma inflação generalizada desde a crise de 2008, e estamos entrando em um cenário em que os bancos centrais devem subir os juros de forma alinhada. A consequência é uma migração de recursos para ativos [e mercados] menos arriscados”, explica George Wachsmann, o Jojo, gestor da Vitreo.

O aperto monetário no exterior, ainda que de forma bem mais branda, já será o suficiente para pressionar investimentos de maior risco, como ações e criptoativos.

“Quando o juro vai a zero, é possível que o mercado gere algumas bolhas de excesso de confiança, com opções arriscadas atingindo valores bastante expressivos. Agora esses ativos podem passar por uma correção”, afirma Duda.

No Brasil, a inflação na casa de dois dígitos e as expectativas acima da meta levaram o Banco Central a aumentar a taxa básica de juro, a Selic, de 2% para 9,25% ao ano. A taxa deve subir para algo entre 11,25% e 12% ao fim da segunda reunião do Copom neste ano, em março.

EXAME lança e-book gratuito com 30 formas práticas de ter renda extra: baixe agora mesmo

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralFed – Federal Reserve SystemGestores de fundosInflaçãoJurosrenda-fixaTesouro Direto

Mais de Invest

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio