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Ibovespa cai 0,6% com piora dos EUA; dólar vai a R$ 5,53

Alta das commodities alimenta temores sobre inflação global; dólar bate maior patamar em quase seis meses

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de outubro de 2021 às 10h32.

Última atualização em 11 de outubro de 2021 às 18h43.

Após passar a parta de manhã em alta, o Ibovespa perdeu força na tarde desta segunda-feira, 11, com a piora do mercado internacional, que segue debatendo sobre a inflação e seus impactos na economia americana. O principal índice da B3 fechou em queda de 0,58%, em 112.181 pontos.

Nos Estados Unidos, os três maiores índices encerrraram em terreno negativo, enquanto investidores monitoram a alta da curva de juros americana. Nesta segunda, o rendimento dos títulos de 10 anos voltaram a quebrar o maior patamar desde maio, impulsionando o dólar no mundo. No Brasil, a moeda americana subiu 0,38%, para 5,537 reais, o maior patamar em quase seis meses.

O movimento ocorre em meio à expectativa pela retirada de estímulos por parte do Federal Reserve (Fed), o tapering. A estimativa é de que o Fed comece a reduzir suas compras de 120 bilhões de dólares mensais em títulos. Sem a atuação do banco central dos Estados Unidos, parte dos investidores acreditam que o rendimentos dos títulos possa subir ainda mais. No mercado, a retirada dos estímulos é visto como um prenúncio para o aumento de juros - embora membros do Fed venham tentando desassociar as duas coisas para acalmar os ânimos dos investidores.

Nesta semana, ainda serão divulgados os índices de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor americano (PPI, na sigla em inglês). Os dados devem servir de pistas para saber como será o ritmo da retirada de estímulos por parte do Fed. Na sexta-feira, 8, o relatório de empregos não-agrícolas dos Estados Unidos, o payroll, mostrou que a criação de postos de trabalho segue abaixo da esperada, o que fez o mercado reagir positivamente, na esperança de manutenção das injeções de dinheiro do Fed

Destaques

Um dos motivos para a maior preocupação com a inflação tem sido a (quase) constante valorização do petróleo, que voltou a renovar a máxima desde 2018 e já se aproxima dos patamares de 2015. A alta, porém, beneficia as ações da Petrobras (PETR3/PETR4), com o segundo maior peso do Ibovespa, que subiram 0,7%. Já a petrolífera privada PetroRio (PRIO3) avançou 2,85%, entre as maiores valorizações do índice.

A Vale (VALE3), com maior peso do benchmark da bolsa brasileira, registrou ganhos acima de 2%, acompanhando a valorização do minério de ferro. Em seu segundo pregão desde a volta do feriado de uma semana da China, a commodity subiu mais de 6% em Dalian, chegando a avançar mais de 10% em Singapura.

Já as ações da Embraer (EMBR3), que subiram 4,9%, a segunda maior valorização percentual do índice, refletiu um novo acordo com NetJets, anunciado nesta manhã. Depois de entregar 100 jatos executivos, a Embraer fechou um acordo para 100 aeronaves, totalizando mais de 1,2 bilhões de dólares em pedidos. A NetJets começará a receber os aviões no segundo trimestre de 2023.

Por sua vez, os papéis da Vibra (ex-BR Distribuidora, BRDT3), que chegaram a subir mais de 4%, amenizaram os ganhos e fecharam com alta de 0,4%, após acertar a compra de 50% da Comerc por 3,25 bilhões de reais. Com o negócio, a Comerc, que estrearia na bolsa na quarta-feira, 13, interrompeu sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

Na ponta negativa, porém, apareceram as ações de empresas ligadas à tecnologia, pressionadas pelo ambiente de aperto de estímulos. Com a pior performance do dia, as units do Banco Inter (BIDI11) despencaram 10%, enquanto o Banco Pan (BPAN4) caiu 8%. Locaweb (LWSA3) e Méliuz (CASH3) tiveram respectivas quedas de 2,93% e 4,96%. Já as ações da Petz (PETZ3), que já precificam um forte crescimento para a empresa, caiu 6,03%.

 

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