Invest

Bancos podem perder até US$ 10 bi com turbulência da Archegos

Analistas tentam calcular as perdas finais de bancos expostos à implosão da Archegos, mas é uma tarefa difícil devido à natureza das operações alavancadas

Analistas aconselharam investidores a ficarem atentos aos comunicados das agências de crédito (Dylan Martinez/File Photo/Reuters)

Analistas aconselharam investidores a ficarem atentos aos comunicados das agências de crédito (Dylan Martinez/File Photo/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 30 de março de 2021 às 14h56.

Última atualização em 30 de março de 2021 às 22h19.

Bancos afetados pela turbulência causada pela Archegos Capital podem ter perdas totais entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões, segundo o JPMorgan.

As perdas resultantes da liquidação de posições vinculadas à Archegos serão “muito materiais” em termos da exposição a empréstimos para um negócio marcado a mercado e com garantias líquidas, escreveram analistas liderados por Kian Abouhossein em relatório.

A equipe acrescentou que a estimativa da Nomura de que pode perder US$ 2 bilhões e reportagens na mídia de perdas entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões do Credit Suisse não é “um resultado improvável.

Analistas e investidores tentam calcular as perdas finais de bancos expostos à implosão da Archegos, mas é uma tarefa difícil devido à natureza opaca das operações alavancadas envolvidas. O JPMorgan havia estimado anteriormente perdas na faixa de US$ 2 bilhões a US$ 5 bilhões.

“Ainda estamos intrigados por que o Credit Suisse e a Nomura não conseguiram desfazer todas as suas posições neste momento”, escreveram os analistas, acrescentando que esperam ver divulgações completas dos bancos até o final desta semana.

Analistas aconselharam investidores a ficarem atentos aos comunicados das agências de crédito, pois acreditam que a má gestão do risco seja um problema.

É um tema emergente no Credit Suisse, onde executivos esperam que as perdas relacionadas à Archego somem bilhões, segundo pessoas com conhecimento do assunto. As perdas de março podem evaporar mais de um ano de lucros para o banco e ameaçar o plano de recompra de ações, além de aumentar o impacto sobre sua reputação devido a outros problemas.

Recompra

O plano do banco de recomprar 1,5 bilhão de francos suíços (US$ 1,6 bilhão) em ações está em risco, segundo Eoin Mullany, analista da Berenberg. Ele estima que o banco pode enfrentar perdas de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões.

O Wells Fargo não registrou perdas relacionadas ao encerramento de seu relacionamento com a Archegos Capital Management, segundo comunicado do banco na terça-feira.

“Tínhamos uma relação de corretagem prime com a Archegos”, disse o banco, destacando o bom nível de garantias na última semana e que não tem mais “qualquer exposição”.

Acompanhe tudo sobre:Bancosbancos-de-investimentoBloombergEstados Unidos (EUA)JPMorgan Corretorawall-street

Mais de Invest

Mega Millions sorteia R$ 7,5 bilhões nesta sexta; saiba como apostar na loteria americana

Aprenda a investir em papéis isentos de Imposto de Renda e compare com a poupança

Como funciona a divisão de bens em casos de união estável não formalizada?

Deflação: o que é e qual o cenário no Brasil