Warren Buffett é considerado por muitos um investidor de sucesso inspirador (Paul Morigi/Bloomberg)
Warren Buffett é, por muitos, considerado o maior investidor de todos os tempos. Na verdade, ele é o investidor mais rico, mas isso tem tanto a ver com a duração de sua carreira como investidor quanto com os retornos obtidos nos investimento que ele escolheu. Como ele, George Soros, Jorge Paulo Lemman, Luis Barsi e Ray Dalio, só para citar alguns, fizeram seu nome no que diz respeito à administração de recursos – e, claro, do aumento de patrimônio. Mas qual seria o segredo para se tornar um investidor de sucesso?
Para André Bona, educador financeiro e professor da EXAME Academy, existem algumas leis – ou regras de ouro, como ele prefere chamar – para se tornar um investidor de sucesso. Saiba quais são elas.
“Não é possível julgar a qualidade de um investimento de forma dissociada de seu objetivo”, diz Bona. Pode parecer difícil a princípio, mas após um pouco de estudo – e de autoconhecimento – todos conseguem entender, e aplicar, essa primeira regra.
Existe uma equação específica para cada tipo de investimento disponível no mercado financeiro; e o primeiro passo é o autodiagnóstico. “Para que e por quanto tempo eu posso investir essa quantia?”; essa, segundo Bona, é a pergunta que todo investidor deveria responder antes de começar.
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A rentabilidade é uma consequência da sua possibilidade de escolher um investimento de longo prazo. Para buscar uma maior rentabilidade é necessário que haja algumas condições prévias, como, por exemplo, já ter uma reserva de emergência definida e aplicada, ter bem claros os planos e objetivos de consumo como viagem, compra de carro, festa de casamento, por exemplo.
Investimentos de longo prazo também requerem paciência por parte do investidor, e preparo emocional; afinal, investimentos de longo prazo podem ter oscilações. Quanto mais distante o prazo para resgate e mentalidade de longo prazo, melhor para a rentabilidade e para se tornar um investidor de sucesso.
“Milhões de vezes já me perguntaram: ‘o que está rendendo mais hoje em dia?’, E não há uma resposta a essa pergunta. Existem três características que podemos usar como base para o mundo dos investimentos: segurança, liquidez e rentabilidade. Normalmente, o investidor precisa definir quais são as características que prioriza para escolher a melhor opção”, comenta.
“Um investimento com alta rentabilidade, alta liquidez e muita segurança, não existe. Se existisse, todos estariam aplicando nele”, afirmou o professor. Bona explica que sempre é necessário abrir mão de alguma coisa num investimento específico.
Já uma carteira perfeita – e, entenda-se como perfeita uma carteira que atenda às necessidades de cada investidor – é possível e, inclusive deve ser uma meta de todo investidor.
“Mas o investimento perfeito, isoladamente, este não existe. O que se vê por aí é muita promessa e até pirâmides financeiras”, alerta Bona. E, como sabemos, essa é uma busca ilusória.
Qualquer hora é hora para investir. O que pode acontecer é não ser o momento mais propício para esta ou aquela ação, para este ou aquele título. Mas, entendendo os fundamentos, o investidor sabe que a melhor hora para investir o seu dinheiro é o momento imediatamente a seguir daquele em que o valor destinado aos investimentos está disponível.
Para Bona, “não há como prever todos os acontecimentos; então, da mesma maneira que não existe um único investimento perfeito para todos os fins, não existe o momento ideal para investir”.
Ele lembra que, independentemente da situação em que se encontra o mercado, não é possível afirmar com 100% de certeza o que vai acontecer no futuro; “nem amanhã, nem esse mês, nem esse ano, nem no ano que vem, nem nunca! O cenário econômico nunca estará totalmente previsível e nem imutável”, afirma.
Dinâmico, o cenário econômico pode favorecer num determinado momento um tipo de investimento e, no momento seguinte, outro. Por isso a diversificação de carteira é tão importante se você quiser realmente ser um investidor de sucesso.
Estatística serve para avaliar o passado, mas é preciso investigar e ter muito cuidado ao interpretá-la, aconselha Bona.
O próprio site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) destaca o seguinte alerta: “A informação é a primeira linha de defesa contra golpes financeiros. Desconfie de promessas de retornos elevados com baixo risco. Rentabilidade e risco costumam andar de mãos dadas. Se é bom demais para ser verdade, provavelmente é. Baseie sua decisão em questões objetivas. Golpistas são normalmente pessoas simpáticas e que estão habituadas a mentir, por isso, tenha um espírito crítico”.
A solução está em obter conhecimento. “Só depois de se percorrer o primeiro trecho de um caminho em educação financeira, as expectativas passam a ser mais realistas, mas até esse momento chegar, é comum ver bastante gente frustrada e sem entender por que, apesar de muitas previsões, o resultado não foi o esperado”.
Existem tipos diferentes de investimento e, até no que chamamos de renda fixa, podem ocorrer variações e imprevistos – o banco pode quebrar, por exemplo. “Por isso, entender do que se trata cada investimento, quais riscos e ganhos ele envolve é tão fundamental para as pessoas.”, completou.
“Sem objetivos claros para os valores investidos é bastante comum que o investidor nunca esteja satisfeito com a rentabilidade da sua carteira. Que acredite que deveria ter aplicado o dinheiro da reserva de emergência, por exemplo, naquela ação que rendeu 300%”, explica.
Diante disso, Bona ressalta que muita gente, ao investir, “não fez sequer o trabalho básico de casa, que é entender para que serve cada um dos investimentos da sua carteira”, afirma o professor.
Trocar frequentemente os montantes de lugar, baseando-se apenas em expectativa de rentabilidade, não respeitando o tempo de maturação e finalidade de cada um dos investimentos em sua carteira é, talvez, a queixa mais comum e mais sem sentido dos investidores.
“Como já falei, em primeiro lugar o investidor de sucesso precisa entender alguns conceitos básicos sobre investimentos e elaborar seu plano, de acordo com suas necessidades e objetivos”, ressalta.
A partir daí, segundo o professor, podem ocorrer ajustes, como trocar uma ação por outra, reavaliar as escolhas em renda fixa, descobrir um fundo novo no mercado que atende às expectativas do investidor e trocar os investimentos de lugar; mas cada alteração a seu tempo, sem afobamento.
“A última regra resume bem as razões pelas quais a educação financeira,a compreensão e conceitos básicos sobre investimentos são tão fundamentais. Quando o investidor sabe o que está fazendo, ele não perde o sono com tanta frequência nem se apavora com facilidade. Existem riscos – de ganhos e de perdas – mas tudo dentro de um planejamento, nada que apavore.”, conclui Bona.
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