Inteligência Artificial

Novo Quest 3S e Meta AI atualizam e aproximam os sonhos elétricos de Mark Zuckerberg

Meta reposiciona seus dispositivos de realidade virtual com o Quest 3S por US$ 299 e aposta em AI vestível com o Ray-Ban Meta Smart Glasses, que agora coloca uma assistente pessoal por voz na cabeça do usuário

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 15h18.

Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 16h07.

Inteligência artificial, óculos conectados e realidade virtual. Esse é o resumo do que Mark Zuckerberg apresentou no evento para desenvolvedores "Meta Connect" nesta quarta-feira, 25. De Menlo Park, nos EUA, o CEO bronzeado demonstrou que seu sonho de metaverso não foi um devaneio, tampouco um desperdício do volumoso caixa de sua companhia, de US$ 812 bilhões em valor de mercado.

Com a apresentação do que será a nova linha de realidade virtual (VR), o público pode ver o novo Quest 3S, que chega ao mercado norte-americano por US$ 299, cerca de R$ 1.640 em conversão direta e sem impostos. Em sua fala e demonstrações de aplicativos, Mark reposicionou o produto entre um videogame e uma interface para computador pessoal, similar ao que fez a Apple com o esquecido Vision Pro, no passado.

Contudo, o produto certamente não prevalecerá sozinho. Junto a ele, o CEO apresentou como uma atualização do Ray-Ban Meta Smart Glasses transformará o dispositivo em um tipo de AI vestível, colocando um assistente pessoal equipado com câmeras na cabeça do usuário.

O recurso leva a IA da empresa para funções como recordar cenas do cotidiano, auxiliar o usuário em uma tarefa doméstica ou realizar uma tradução simultânea. Um conjunto de funções que parece ser uma estratégia para tornar os vestíveis mais populares dando a eles uma utilidade, algo que sempre faltou no produto.

"Nas primeiras versões, nós escondemos a tecnologia, tentando fazer os óculos parecerem o mais normais e estilosos possíveis. Agora, achamos que as pessoas começam a apreciar o que os torna especiais", explicou o CEO, indicando que o design dos novos modelos celebra a inovação em vez de escondê-la.

Outro destaque foi a evolução da Meta AI nos últimos meses, com a atualização de seu modelo de linguagem, o Lhama 3.2, mais potente em imagem e áudio, agora permite que a IA interprete o mundo por meio de imagens e também inicie conversas por voz.

Disponível em versões de 11 bilhões e 90 bilhões de parâmetros, a IA agora consegue compreender tanto texto quanto imagens, e ser adaptável para operar em diferentes tipos de dispositivos, de TVs até pequenos gadgets, como termostatos inteligentes.

E Zuckerberg mostrou como o modelo evoluiu: em um smartphone, após iniciar a conversa com a Meta AI em um dos apps da empresa, basta tocar no botão de microfone para começar a interação por voz, que durante a demonstração, pareceu menos fluída do que o ChatGPT. A Meta informou que essa função de voz estará disponível nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia "durante o próximo mês".

Outro avanço significativo é a visão computacional. Em breve, usuários dos EUA poderão enviar fotos pelo chat da Meta AI e solicitar informações sobre as imagens. É possível pedir descrições, perguntar sobre espécies de animais ou obter contexto sobre um objeto na foto.

Para levar a IA para essa infinidade de produtos prometidos, a empresa firmou parcerias com fabricantes e fornecedores de tecnologia, incluindo AMD, AWS, Databricks, Dell, Google Cloud, Groq, IBM, Intel, Microsoft Azure, Nvida, Oracle Cloud e Snowflake, entre outras. Os modelos também estarão disponíveis para download em llama.com e no Hugging Face.

O cruzamento das tecnologias caminha para unir o sonho grande de Zuckerberg em realidade virtual, mas que exigiu do CEO uma atualização de norte há pouco mais de um ano, após a IA se tornar o centro dos interesses do setor de tecnologia.

Zuckerberg destacou que os óculos que a empresa vende atualmente são parte de uma visão de longo prazo. "Temos trabalhado em óculos de AR holográfica há quase 10 anos", disse. Adicionando que o crescimento da categoria superou suas expectativas iniciais, acreditando que a aceitação só viria com o aperfeiçoamento da tecnologia holográfica.

O CEO concluiu sua apresentação com uma prévia do futuro: "Ainda estamos trabalhando na nossa visão completa de óculos holográficos, mas isso é só o começo", declarou, mostrando um protótipo de óculos chamado Orion, de lentes transparente feita de microLEDs e do material carbeto de silício (SiC) e que permite ver o mundo real em combinação com o virtual. A mensagem é clara: a Meta está pronta para transformar o cotidiano dos usuários, integrando AR e IA em uma nova forma de interação com o mundo digital.

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