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Essa empresa cria mundos virtuais com inteligências artificiais que falam inglês com os alunos

Após investimento de R$ 150 milhões para criar novas tecnologia, a Conexia, subsidiária do Grupo SEB, lança o High Five, software que combina realidade virtual e IA, aumentando em 30% a eficácia no ensino de idiomas

Sandro Bonás: CEO do Conexia, uma das subsidiária do Grupo SEB
André Lopes

Repórter

Publicado em 27 de agosto de 2024 às 14h32.

O Grupo SEB, uma das principais empresas de educação no Brasil, com atuação em 40 países, está apostando na inteligência artificial (IA) como aliada para acelerar o aprendizado de inglês entre os mais de 350 mil alunos matriculados em suas instituições.

Uma das soluções em desenvolvimento na divisão Conexia, comandada pelo CEO Sandro Bonás, combina tecnologia imersiva de realidade virtual (RV)e inteligência artificial generativa. O resultado é um software chamado High Five, que oferece aos estudantes a oportunidade de interagir em inglês em cenários variados, como check-ins em hotéis, visitas a restaurantes ou até mesmo mergulhos em um oceano em três dimensões — tudo isso sem sair da sala de aula.

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O High Five surgiu como continuidade de ferramentas anteriores da Conexia, que evoluíram para colocar os personagens virtuais, antes previsíveis e roteirizados, em agentes flexíveis que se moldam a depender do contexto da interação com os usuários.

"O metaverso enfrentou desafios de engajamento, mas ao incorporar modelos de linguagem ao estilo do ChatGPT, da OpenAI, a ferramenta passou a oferecer respostas mais dinâmicas aos alunos. Especialmente a partir do GPT-4, que conseguiu manter o contexto ao longo de várias interações", afirma Bonás.

Essa integração trouxe resultados significativos. Testes realizados ao longo de dois anos mostraram que o High Five aumentou em 30% a eficácia no aprendizado de inglês entre os estudantes do Grupo SEB.

Mas, até chegar ao produto final, que está em pré-venda e será lançado oficialmente em outubro, o Grupo SEB investiu mais deR$ 150 milhõesem pesquisa e desenvolvimento nos últimos cinco anos, visando abastecer suas diversas marcas com tecnologias educacionais.

Tecnologia na sala de aula

Apesar do potencial, proposta como o High Five enfrentam o desafio de tornar-se acessível para um número maior de escolas. A tecnologia necessária para a experiência imersiva, como óculos de realidade virtual, ainda é cara e depende de importação, o que limita sua adoção em larga escala.

"A ideia não é que uma sala de aula tenha 30 óculos, mas que as famílias possam adquirir esses dispositivos para estudo em casa," diz Bonás, mencionando que o objetivo é que, no próximo ano, entre 20 e 30 escolas do grupo adotem a tecnologia.

Além dos desafios com dispositivos, Bonás destaca um desafio de posição em ser adotante e entusiasta de novas tecnologias na sala de aula. Há, por assim dizer, duas vertentes na educação: de um lado, apostando na inclusão de tecnologia, e do outro, uma resistência crescente, que acredita que gadgets e softwares possam gerar distração aos estudantes.

Bonás argumenta que o problema não está na tecnologia em si, mas na falta de controle e intencionalidade pedagógica. "Temos enfrentado questionamentos sobre a tecnologia estar distraindo os alunos, mas o que falta é um uso bem planejado e focado," afirma. Ele ressalta que o High Five foi projetado para complementar a educação tradicional, oferecendo uma camada adicional de aprendizado que vai além da sala de aula.

No futuro, o Grupo SEB planeja expandir o uso do High Five para outras disciplinas além do inglês, utilizando o mesmo modelo de integração entre tecnologia imersiva e IA.

"O papel da escola vai ser mais nobre, focando no desenvolvimento social e emocional dos alunos, enquanto a tecnologia cuidará da parte mais mecânica do aprendizado," afirma Bonás, vislumbrando um cenário em que o High Five e ferramentas similares se tornem parte integral da educação no Brasil.

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