China ultrapassa EUA na produção de talentos em IA, aponta estudo
Nova pesquisa destaca o avanço chinês na formação de cientistas, crucial para o desenvolvimento de tecnologias de ponta como robôs e inteligência artificial
Repórter
Publicado em 25 de março de 2024 às 11h29.
Um estudo recente da MacroPolo, think tank vinculado ao Instituto Paulson, revelou que a China agora se destaca como o maior produtor de talentos em inteligência artificial (IA), ultrapassando os Estados Unidos em números significativos.
Segundo a pesquisa,quase metade dos principais pesquisadores de IA do mundo são formados em instituições de ensino superior chinesas, enquanto osEstados Unidos contribuem com cerca de 18% dessa elite acadêmica.
Este avanço representa um salto considerável para a China, que, há três anos, era responsável por aproximadamente um terço do top talento mundial em IA. Em contraste, a proporção dos Estados Unidos manteve-se relativamente estável.
O estudo se baseiae na análise dos pesquisadores que publicaram trabalhos na Conferência sobre Sistemas de Processamento de Informação Neural de 2022 (NeurIPS), um evento de referência focado em avanços em redes neurais e IA generativa.
A mudança de cenário sugere uma inversão de tendências, onde, durante a década de 2010, os Estados Unidos se beneficiaram da imigração de muitos dos melhores cérebros chineses, que permaneceram no país após completarem seus doutorados. Atualmente,há um aumento no número de pesquisadores chineses que optam por permanecer na China.
O boom da IA
A China conseguiu fomentar uma quantidade expressiva de talentos em IA, em parte, devido a investimentos substanciais em educação voltada para a IA desde 2018, incluindo a criação de mais de 2.000 programas de graduação na área, com destaque para as universidades de elite do país.
Enquanto os Estados Unidos continuam a liderar em inovações de IA, uma parcela significativa desses avanços deve-se aos pesquisadores educados na China. Atualmente, esses pesquisadores representam 38% dos principais talentos em IA atuantes nos Estados Unidos, um aumento em relação aos 27% registrados há três anos.