Plínio Ribeiro, CEO da Biofílica: executivo trabalha com administração de florestas desde 2006 (Biofílica/Divulgação)
Em julho, a Ambipar completou um ano de sua abertura de capital (IPO). Nesse período, fez 17 aquisições envolvendo 1,4 bilhão de reais com intuito de aumentar o portfólio de serviços, ampliar e reforçar sua presença geográfica. Uma dessas aquisições foi da Biofílica, empresa com cerca de 30 funcionários, fundada em 2008 e especializada em projetos e programas de carbono Nature-Based Solutions (NBS).
Com a entrada do grupo, e consequentemente mais recursos disponíveis, a empresa prevê, no médio prazo, se tornar a maior companhia de NBS do mundo.
A sigla diz respeito a usar soluções baseadas na natureza – como seu manejo e uso sustentável – para endereçar desafios da sociedade como, por exemplo, fazer a compensação das emissões de carbono.
Plínio Ribeiro, CEO da Biofílica, diz que hoje a empresa tem mais de 1,5 milhão de hectares em projetos desse tipo. Essa grandeza foi possível após anos de desafios e conquistas.
Ribeiro trabalha com administração de florestas desde 2006. Tudo começou quando, na Amazônia, para um projeto do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), ele montou um plano de negócios para uma empresa detentora de uma área de floresta.
“Esse tipo de área tem centro de custo, mas não tem resultado”, conta. Então, a ideia do projeto era viabilizar a área financeiramente ao mesmo tempo que levava em conta sua preservação. “Custa caro manter [a floresta]; tem um monte de risco, como o de invasão, grilagem, e a gente se perguntou como fazer essa conservação dar dinheiro.” Uma das coisas que saltaram aos olhos foi o manejo certificado de madeira e serviços de carbono.
Foi daí que surgiu a Biofílica. Hoje a empresa oferece a seus clientes, entre outros serviços, o Blue Carbon, uma abordagem que gera créditos de carbono por meio da conservação e restauração dos ecossistemas costeiros e marinhos. A empresa também incorporou recentemente ao seu portfólio mais duas soluções que atendem à demanda de compensação de emissões por meio de créditos de carbono:
De dois anos para cá, Ribeiro viu um crescimento exponencial no mercado de crédito de carbono, com uma grande quantidade de empresas buscando a meta Net Zero. A ampliação do segmento deve continuar nos próximos anos. O empreendedor cita alguns dados:
No entanto, quando as empresas atingirem suas metas de redução das emissões, o mercado de compensação ainda vai existir, mas deverá sofrer uma retração. “A restauração, o desenvolvimento florestal vai ser uma grande indústria nas próximas décadas, para fins de compensação”, diz Ribeiro.