Como 2020 alterou as previsões da IBM para os próximos 5 anos
Análise de dados, materiais sustentáveis e agilidade na saúde serão essenciais pelos anos que virão.
Thiago Lavado
Publicado em 21 de outubro de 2020 às 08h00.
Se há um consenso sobre 2020 é que ele frustrou expectativas e previsões. Saber o que será do mundo daqui para frente, inclusive, ficou uma tarefa um pouco mais árdua, mas não impediu que os pesquisadores e cientistas da gigante de computação IBM tentassem.
A empresa traça, todos os anos, quais serão as 5 inovações que veremos nos próximos 5 anos. A escolha sempre tem alguma relação, de alguma maneira, com a realidade em que são analisadas. E em 2020 não foi diferente: elas levam em consideração a pandemia de coronavírus, a economia da análise de dados, e até a necessidade de pensar negócios e relações mais sustentáveis ambientalmente.
A IBM prevê inovações na química, que facilitarão a captura de carbono da atmosfera e a fixação de nitrato no solo. Novas baterias, mais eficientes, renováveis e pró-meio ambiente devem surgir, assim como novos microprocessadores. Finalmente, novas medicações devem surgir — bem como novos usos para remédios já desenvolvidos e testados —, baseados nos dados de saúde que coletamos nos últimos anos e também este ano.
Confira no detalhe algumas das previsões da empresa:
- Capturar e transformar o dióxido de carbono para mitigar as mudanças climáticas: a IBM aposta que nos próximos 5 anos vamos melhorar nossa capacidade de retirar poluentes da atmosfera e transformar em algo útil, ao invés de um flagelo do ambiente.
- Modelar a natureza para alimentas uma sociedade crescente, enquanto reduzimos emissões de carbono: replicar habilidades da natureza para retirar nitrogênio do ar e transformá-lo em nitrato irá permitir melhor fertilização do solo e maior abundância de alimentos.
- Repensar baterias: para a IBM novos materiais vão causar uma revolução na tecnologia de baterias, promovendo maior renovação e uso de transportes mais sustentáveis.
- Materiais e produtos sustentáveis: assim como nas baterias, o desenvolvimento de novos materiais devem melhorar nossos processadores e semicondutores, tornando-os mais rápidos e também reduzindo seus riscos para o planeta.
- Aprender com o passado para um futuro com mais saúde: combinar inteligência artificial, análise de dados e informações pode ajudar na compreensão de evidências médicas para ressignificar medicamentos e acelerar testes clínicos.
Vale notar que a maioria das previsões da IBM gira em torno de tópicos caros à humanidade atualmente, como a busca pelo desenvolvimento sustentável, a análise de dados e a busca por tratamentos de doenças.
Embora a empresa não desenvolva diretamente os materiais ou as pesquisas que afirma que serão responsáveis pelas inovações dos próximos anos, a IBM acredita que tem como ajudar nesse sentido fornecendo capacidade de processamento, inteligência artificial e computadores quânticos.
“A IBM não é uma empresa de saúde, nem tem os dados dos clientes. Mas temos uma divisão de pesquisa com 3 mil profissionais em diversas áreas. Consegumos fornecer modelos computacionais e arcabouço, seja em infraestrutura em nuvem, seja em computação quântica”, diz Ana Paula Appel, pesquisadora e cientista de dados na IBM no Brasil.