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O beabá das cleantechs: o que são, perfil e onde atuam

Ao aliar rentabilidade, tecnologia e propostas mais sustentáveis de produção e consumo, as também chamadas startups verdes são a bola da vez

Cleantechs: startups se apresentam como uma resposta à necessidade cada vez maior de pensar os negócios associados a soluções sustentáveis (Maskot/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2022 às 09h00.

Até o fim deste ano, a estimativa de um relatório do Smart Prosperity Institute é que as cleantech s em todo mundo valham 2,5 trilhões de dólares. Em 2030, a projeção é que o investimento no segmento chegue a promissores 3,6 trilhões de dólares.

Não é por acaso que esses negócios vêm ganhando tanta força e expectativa. As cleantechs são a cara do mercado que se delineia para os próximos anos.

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Focadas na sinergia entre sustentabilidade (clean) e inovação (tech), são startups que usam tecnologia limpa para minimizar o impacto ecológico negativo e utilizar de forma responsável os recursos naturais, trazendo ao mesmo tempo rentabilidade para o negócio.

São também chamadas de startups verdes, uma vez que já nascem com esse viés ambiental. O propósito é fazer mais com menos: mais desempenho corporativo, porém, com menos custos, menos desperdício e menos impacto na natureza.

Na prática

Um exemplo é a empresa canadense TruLeaf, dona de um modelo proprietário de agricultura vertical indoor que permite o cultivo mais sustentável de verduras.

Com a combinação de tecnologia hidropônica, água de reuso, iluminação LED e inteligência artificial, a companhia reduz significativamente a pegada ambiental em comparação com o sistema alimentar convencional.

No TruLeaf Smart Plant System®, o cultivo é feito em bandejas, em várias camadas empilhadas, usando muito menos terra. A água é coletada e reutilizada, o que diminui o gasto em 95%. O ciclo de crescimento dos vegetais cai para 16-18 dias e sem o uso de pesticidas, enquanto ao ar livre são necessários de 35 a 40 dias.

Uma das fazendas verticais da TrueLea: verdura crescendo sob iluminação LED (JBS/Divulgação)

Além disso, ao fazer a plantação próxima das cidades, a empresa corta emissões de carbono do transporte, evita perdas, conserva o frescor das verduras e ainda aumenta o suprimento local de alimentos durante o ano inteiro.

“Nosso objetivo é construir fazendas verticais que sejam simples, econômicas e facilmente escaláveis. Consideramos tudo – desde o design do rack até a mecânica de irrigação, do fluxo do processo às necessidades de refrigeração – para projetar fazendas de alto rendimento, que atendam aos elevados padrões de segurança alimentar e conservação de recursos”, diz a companhia.

 

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Perfil brasileiro

O mapeamento Cleantech 2021, da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), aponta que o Brasil tinha 177 empresas do tipo ativas no ano passado. E é um ramo novo no país: a média de fundação é de 3,2 anos, sendo que 22,5% existem há menos de 1 ano.

Por outro lado, considerando que é um mercado recente, um número relevante, de 17,7%, já está atuante há mais de cinco anos. Isso justifica o fato de que um terço (33,3%) dos negócios, a maior fatia, esteja na fase de tração. Nessa etapa, à procura de crescimento, as startups buscam parcerias para investimentos visando ampliar sua carteira de clientes.

Quanto ao público-alvo, o B2B é o modelo de venda mais usado, por 53,9%. Ou seja, vendem produtos ou serviços para outras empresas. Dos setores, 39% atua no campo de ar e meio ambiente, seguido de energia limpa, com 26,5%.

O eixo Sul-Sudeste concentra quase 80% das cleantechs nacionais. O Sudeste tem 56,9% e o Sul, 22,5%. O estado de São Paulo é líder disparado em número de cleantechs: são 29,4%. Na sequência, estão Minas Gerais com 12,7% e Rio de Janeiro com 10,8%.

A pessoa fundadora, na maioria, é do sexo masculino (72,5%), pertence à raça branca (60%), tem entre 26 e 40 anos (57,8%) e também atua como CEO da empresa (73,5%) – perfil bem próximo ao de fundadores de outros segmentos de startups, segundo a Abstartups.

Destaque para a escolaridade: quase todos os fundadores (98%) possuem ensino superior. “Tendo em vista que as soluções de cleantech são muito focadas no desenvolvimento de novas tecnologias, com um alto nível de coleta de dados e análise, e até fazendo grande uso de inteligência artificial, big data e algoritmos, é necessário profundo conhecimento da área para melhores resultados. Assim, o alto nível de pessoas fundadoras com ensino superior e especializações se justifica de acordo com as características do segmento”, analisa o relatório.

 

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