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Exportações de produtos do agronegócio registram US$ 9,9 bilhões em fevereiro

Crise na safra argentina impulsiona exportações de milho, apesar da redução de vendas externas em carne bovina, milho e açúcar

(Claudio Neves/Divulgação)

Publicado em 15 de março de 2023 às 13h56.

O valor exportado pelo agronegócio brasileiro alcançou US$ 9,9 bilhões em fevereiro deste ano, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária. O índice de preço das exportações subiu quase 7%, cujos destaques foram milho, celulose, farelo e óleo de soja e carne de frango.

Já em relação ao volume das exportações, houve recuo devido à redução da venda externa de soja em grãos, influenciado pelo atraso na colheita e quebra de safra.

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A carne bovina também teve "desempenho desfavorável", segundo o Ministério. Uma das razões, já esperadas pelo governo, foi a reflexo do caso confirmado do 'mal da vaca louca', bem como a redução internacional do preço da carne bovina. Em função desse caso, as exportações para a China foram temporariamente suspensas a partir de 23 de fevereiro.

Açúcar e trigo também apresentaram queda nas exportações. No açúcar, houve menor moagem de cana por questões climáticas. Já o trigo foi influenciado pela reocupação com a safra argentina no caso do trigo, com preços em oscilação

Milho e Argentina

O cenário crítico das lavouras da Argentina tem se intesificado ao longo das semanas, conforme mostra o relatório da Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), cujas informações mostram que as condições excelentes de cultivo só compreendem 2% da área total.

Em janeiro, a BCBA reviu de48 milhões para 41 milhões de toneladas a estimativa para a safra argentina de soja em 2022/23. A projeção de área semeada foi reduzida em 500 mil hectares, de 16,7 milhões para 16,2 milhões de hectares.

O desempenho da Argentina tem influenciado os embarques brasileiros de milho, que totalizaram mais de 2 milhões de toneladas, com divisas de US$ 689 milhões. De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o desempenho favorável do cereal deve-se à baixa oferta internacional e à alta produção nacional do grão para a atual safra.

No  último levantamento da Conab, a estimativa de colheita é de cerca de 125 milhões de toneladas de milho. Desta forma, o Brasil deverá ser o maior exportador mundial de milho na temporada.

Farelo e óleo de soja

As vendas externas do farelo de soja, produto do complexo soja, atingiram US$ 710 milhões, devido à elevação do preço médio de exportação, que subiu 23%. Os principais importadores foram Tailândia, Países Baixos, Polônia, França e Indonésia.

Ainda no complexo soja, o óleo de soja teve desempenho recorde em faturamento e no volume para os meses de fevereiro, chegando a US$ 268 milhões, apesar da queda de cerca de 16,8% no preço médio de exportação. Índia e Bangladesh impulsionaram as vendas e importaram 33% (73 mil toneladas) e 25% (57 mil toneladas), respectivamente, de todo o volume exportado.

Carne de frango

Já acarne de frangoteve recorde para os meses de fevereiro, com registro de 372 mil toneladas e US$ 726 milhões. Segundo os analistas da SCRI/Mapa, o Brasil por não ter registro de casos de gripe aviária, consegue obter recordes nos embarques desta proteína, diante do cenário mundial. Os principais compradores foram China, Arábia Saudita, Japão e Emirados Árabes Unidos.

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