Tether mira Brasil e faz parceria para levar stablecoin USDT aos caixas eletrônicos no país
Serviços envolvem saque de USDT em caixas eletrônicos comuns e lançamento de carteira digital para transações com a criptomoeda
João Pedro Malar
Publicado em 20 de outubro de 2022 às 11h22.
Última atualização em 20 de outubro de 2022 às 11h24.
A Tether, empresa responsável pela stablecoin USDT, planeja aumentar sua inserção no mercado brasileiro a partir de uma parceria com a startup brasileira Smartpay, que anunciou no sábado 15, dois novos serviços ligados à criptomoeda pareada ao dólar.
A parceria envolve a startup e a Bitfinex, corretora de criptomoedas dona da Tether. Atualmente, o USDT é a terceira maior criptomoeda do mundo por valor de mercado.
O primeiro serviço será disponibilizado em todo o país no dia 3 de novembro e envolve a possibilidade de converter USDT em reais em qualquer um dos cerca de 24 mil caixas eletrônicos Banco 24 Horas, da TecBan, permitindo sacar as criptomoedas de forma simples e rápida. A informação foi divulgada à EXAME por Rocelo Lopes, CEO da Smartpay.
A ideia do projeto é “usar de forma inteligente a infraestrutura pronta, tem todo o expertise, experiência, segurança, já está tudo construído, o fato de usar alguém experiente é o ponto principal”, segundo Lopes.
Ele explica que o serviço exigirá que o usuário acesse o site do serviço no celular e informe CPF e e-mail, além do valor em USDT que ele pretende sacar em reais. É gerado, então, um código, que precisará ser informado no caixa eletrônico mais próximo – definido a partir da geolocalização do aparelho usado – e então permitirá o saque.
Seguindo a legislação brasileira, poderão ser feitos no máximo dois saques diários de R$ 1,2 mil cada, com limite mensal de R$ 30 mil. Ao final do processo do saque, é enviado um e-mail para o usuário com informações como a nota fiscal, a cotação usada na conversão do USDT e a quantidade sacada em reais.
Lopes diz que não haverá limitação do serviço para determinados provedores de carteiras digitais ou exchanges, mas que ele servirá a princípio apenas para a criptomoeda da Tether, com quem foi firmada uma parceira. A ideia é que, em uma próxima fase, também seja possível realizar depósitos em dinheiro para comprar USDT ou realizar transações com a criptomoeda.
Carteira de criptomoeda sem taxa
Outro serviço anunciado como parte da parceria é o lançamento de uma carteira cripto, inicialmente exclusiva para o USDT, que permitirá a realização de transações sem a necessidade de ter outra criptomoeda para o pagamento de taxa de gás, ou gas fee, como é chamada em inglês.
Lopes conta que a previsão é lançar o serviço no início de janeiro de 2023 para smartphones com sistema Android e em fevereiro para os com iOS.
“Um grande número de pessoas, em especial que trabalham em empresas no exterior, recebem em USDT e têm como maior problema não ter TRON ou ETH, gas para fazer a transação, e geralmente as carteiras têm um recurso de troca, mas sempre precisa do gas para transacionar, não importa o que for fazer”, explica o CEO da startup brasileira.
A ideia do serviço envolve um contrato inteligente (smart contract, em inglês). Se a taxa de transação for de US$ 1, por exemplo, e uma pessoa quiser fazer uma transação de US$ 100 em USDT, será possível assinar uma transação permitindo que o contrato interaja com a carteira e faça a transação de US$ 101 em USDT.
Com isso, o usuário não precisará de outras criptomoedas e poderá realizar todo o processo na própria stablecoin, sem precisar abrir mão da privacidade ou controle da sua carteira.
Tether no Brasil
Os dois projetos buscam aumentar a adesão ao USDT no Brasil. “Até porque, já se vê um aumento de uso da Tether por e-commerces, cassinos, sites de aposta, exportadores. As pessoas estão cansadas de usar banco, e se pode usar a carteira para usar o criptoativo e ser o próprio banco, facilita muito”, disse o CEO.
Já a escolha do Brasil para o lançamento desses projetos envolveu uma série de fatores, segundo Lopes. O primeiro é a visão da Bitfinex de que o Brasil é uma “porta de entrada na América Latina”, permitindo a replicação dos projetos com mais facilidade nos vizinhos da região.
“Outro ponto é a exportação do Pix para outros países, que facilita essa integração com os serviços, é uma tecnologia mais fácil para exportar”, explica Lopes. Outro elemento importante é que o Brasil já tem cerca de US$ 1 bilhão movimentados com importação de produtos do exterior pagos em Tether, indicando um potencial de demanda.
Ele observa que “a ideia é levar pra fora as duas tecnologias, onde aceita Pix aceita Tether, ou então adequar a tecnologia à do país. Tendo saque digital, sem cartão, pode adequar a tecnologia, o que muda é protocolo de conexão”.
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