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"Sistema financeiro da internet vai ser construído em blockchain", diz CEO da Circle

Jeremy Allaire reforçou potencial das stablecoins como a "aplicação matadora" da tecnologia blockchain no mercado financeiro

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 15h00.

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Jeremy Allaire, CEO e cofundador da Circle, compartilhou nesta quarta-feira, 18, sua visão sobre o papel da tecnologia blockchain como a base para a criação de um "sistema financeiro futuro" da internet. O executivo falou sobre o tema durante sua participação no Token 2049, em Singapura.

Em sua fala, o CEO da empresa responsável pela emissão da stablecoin USDC comentou que "o sistema financeiro futuro da internet estará em blockchain. Ele vai ser inteiramente construído em blockchains e ainda estamos nos primeiros passos dessa jornada".

"Eu vejo o blockchain como a infraestrutura legal para o dinheiro, e ainda está começando a cumprir esse papel. Cada vez mais as aplicações financeiras vão se mover para os blockchains. As moedas vão se tornar todas stablecoins, as empresas irão se integrar a blockchains, o comércio irá ocorrer em blockchains, o gerenciamento de tesouraria ocorrerá via blockchain, o crédito vai estar em blockchain", resumiu.

Allaire destacou que o mercado já começa a ver algumas intermediações financeiras ocorrendo por meio dos blockchains. Um dos destaques é o crescimento do uso dos chamados agentes de inteligência artificial nas redes. "Estamos nos aproximando de um mundo em que os agentes poderão fazer mais tarefas e interagir entre eles com velocidade e escala", disse.

Ele afirma que "precisaremos de uma infraestrutura para um mundo com essa novidade, e acreditamos que blockchains e stablecoins serão um elemento essencial dessa equação. Vamos sair de um modo fora de blockchain, offline na intermediação, para um mundo online, em blockchain".

O papel das stablecoins

Nesse cenário, Allaire reforçou sua visão sobre o potencial das stablecoins - criptomoedas pareadas a outros ativos - como a "killer app" (aplicação matadora, em tradução livre) das transações financeiras do ecossistema cripto. Ele reforçou que esse grupo de ativos tem conseguido "se separar do investimento geral em cripto" e ganhado escala.

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"A inovação que está ocorrendo em cripto ainda está fragmentada, com uma proliferação de redes. A nossa crença é que isso apenas vai continuar, mas no fim o usuário final, independente do uso, não liga qual blockchain é, o que liga é uma ter uma experiência sem fricções", comentou.

O CEO da Circle comentou que a fragmentação "está criando problemas, vulnerabilidades e travas" no ecossistema, algo que a própria empresa buscou resolver ao lançar seu protocolo de interoperabilidade. O movimento faz parte de um esforço da companhia para criar "a maior e mais usada rede de stablecoin do mundo".

Outro componente dessa estratégia é a realização de parcerias com diferentes empresas do mercado financeiro. No Brasil, por exemplo, a empresa fechou uma parceria com o BTG Pactual neste ano para a distribuição da USDC entre os investidores do país.

"Estamos construindo um negócio baseado em uma plataforma, combinando infraestrutura blockchain, provedores de liquidez, software, aplicações e infraestrutura bancária. Isso se soma a um ecossistema de parceiros, com diferentes casos de uso e países de atuação. Esperamos que seja a rede de stablecoin mais usada do mundo", comentou.

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