Oferta e demanda do bitcoin sugerem novas quedas de preço no curto prazo
De acordo com analista do BTG Pactual, a análise com base na metodologia de Richard Wyckoff sugere novas quedas para o bitcoin no curto prazo, apesar de tendência ainda ser de alta para o longo prazo
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2022 às 12h24.
Última atualização em 25 de abril de 2022 às 12h33.
Por Lucas Costa*
A falta de novidades no criptoverso mantém o bitcoin lateralizado, perto dos US$ 40 mil. A última sexta-feira, 22 foi marcada por um sell-off nos mercados globais, com S&P500 caindo 2,80% e o VIX, o “índice do medo” que mede a volatilidade dos mercados, subindo cerca de 25%. O que vimos no macro da semana passada foi um movimento forte de fuga dos ativos de risco, que também contaminou a principal cripto, mas em um efeito bem menor do que o esperado.
O gráfico diário do bitcoin mostra ferramenta de Fibonacci conectando o fundo em US$ 32,837 e topo em US$ 45.956. Seguimos acompanhando a região entre a marcação em verde, que mostra a região de preço até o nível de 23,6%, e a marcação em vermelho, que demonstra a região do topo até o nível de 76,4%. O cenário atual segue de indefinição, enquanto os extremos não forem rompidos. O próximo suporte é US$ 35,5 mil e US$ 32.837, que podem ser testados nas próximas semanas, uma vez que o volume está muito baixo e o preço já negocia abaixo da sua média móvel.
Os estudos que vamos apresentar agora possuem uma ótica baseada na metodologia de Richard Wyckoff, que originou uma visão bastante utilizada pelos traders no exterior chamada de supply and demand trading. O objetivo é compreender a tendência de uma forma mais detalhada e determinando pontos de inflexão.
A segunda imagem apresenta um estudo mais detalhado no gráfico de 4 horas do bitcoin. O cabo de guerra entre compradores e vendedores pode ser visto como uma relação entre as forças de oferta e demanda, que procuram a todo momento testar as regiões de importância e promover uma quebra na estrutura da tendência a seu favor.
A região de demanda nos US$ 35.856 é o principal suporte em caso de continuidade de quedas no preço, uma vez que nos gráficos maiores trabalhamos abaixo da média móvel em uma lateralidade. Acompanhamos que a região deve um forte apetite comprador, com uma sequência de movimento favorável aos mais altistas, sendo uma região de importante teste. É importante lembrar que o teste da região só se torna favorável caso tenhamos uma perda consistente dos US$ 38 mil, que é o último fundo da estrutura da tendência de baixa, sendo assim, seu rompimento recebe o nome de BoS (break of structure—quebra de estrutura).
O cenário principal permanece de queda no curtíssimo prazo, sendo que reações de compra podem enfrentar resistência nos US$ 42.108 (região de oferta) e nos US$ 44.465 (região que foi responsável pela mudança do movimento de curto prazo da alta para queda, chamada de ChoCh—change of character).
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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