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NFTs se desassociam de criptos e viram proteção contra quedas do mercado

NFTs não acompanham mercado e mantêm preços mesmo durante momento de queda na cotação das criptomoedas; especialistas explicam a razão para isso e como usar NFTs como hedge

Apesar da queda de 40% do ether, os NFTs seguem batendo recordes (ismagilov/Getty Images)
GM

Gabriel Marques

Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 12h37.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2022 às 13h03.

Apesar da forte queda dos criptoativos, o mercado dos NFTs continua batendo recordes. As duas maiores plataformas de venda dos tokens não fungíveis somaram 12 bilhões de dólares em vendas no último mês - enquanto isso, as criptomoedas viram seu valor de mercado cair quase 25%. O fenômeno está sendo explicado pelos especialistas como uma dissociação.

“Pessoas que não compram cripto estão entrando pela primeira vez no mercado de NFTs, aumentando o número de compradores únicos”, disse Yohan Calpu, chefe de blockchain no agregador de preços de NFTs CryptoSlam, ao site Forkast. “Pessoas que compram NFTs são interessadas em cultura e arte, já quem compra criptoativos é interessando somente no investimento em si”, completou.

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Jonathon Miller, diretor da corretora Kraken, concorda: “Os NFTs estão se descolando do resto da indústria de criptoativos, quando se trata da infraestrutura de serviços financeiros puros. Eles tem suas próprios motivadores, e é isso que estamos vendo no primeiros meses de 2022”, comentou Miller, à mesma publicação.

De acordo com dados do CryptoSlam, 770 mil pessoas foram compradoras únicas de NFTs em janeiro desse ano, um aumento de quase 2.500% quando comparado a janeiro de 2021. Apesar do ether, principal criptomoeda usada para negociação de tokens não fungíveis, cair quase 40% no ano, as peças mantiveram seu valor.

Miller acredita que essa discrepância se deve ao fato de que os criptoativos são negociados de maneira mais “fluida”, ou seja, com maior frequência. Os preços dos ativos digitais refletem o mercado, enquanto os NFTs são movimentados através de leilões que ocorrem com menos frequência. Além disso, para trocar a posse de um token não fungível, é necessário modificar seu smart contract no blockchain, envolvendo custos que deixam a operação menos vantajosa.

De maneira inesperada, os NFTs podem ter se tornado uma proteção contra as quedas nos ativos de risco. "No longo prazo, isso é ótimo para os NFTs, porque estão desenvolvendo um mercado próprio”, disse Calpu, do CryptoSlam. “Se os criptoativos continuarem a cair, pode não ser o caso. Mas se o mercado continuar andando de lado, isso ajuda os NFTs”, completou. O especialista também acredita que os preços mais baixos do ether ajudam os NFTs a se difundir, tornando-os mais acessíveis para o público geral.

Apesar do entusiasmo com os NFTs, muitos ainda os consideram inacessível. Várias celebridades divulgam esse tipo de criptoativo comprando tokens por milhões de dólares, como fez recentemente Justin Bieber, que comprou um Bored Ape por quase R$7 milhões. Apesar disso, apenas as coleções mais famosas atingem cifras tão elevadas, e a maior parte dos NFTs pode ser comprada por valores muito menores.

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