Morgan Stanley critica Ethereum e diz que bitcoin é mais descentralizado
Banco americano faz ressalva para a alta concentração de ether nas 100 maiores carteiras da rede e para a volatilidade da criptomoeda nativa da Ethereum
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 16h55.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2022 às 17h23.
O banco Morgan Stanley divulgou um relatório sobre a rede Ethereum e afirmou que sua criptomoeda nativa, o ether (ETH), é "menos descentralizado" e "siginificativamente mais volátil" do que o bitcoin.
O documento, chamado Cryptocurrency 201: What is Ethereum? cita que enquanto os 100 maiores endereços da rede Bitcoin (as carteiras com maior volume de ativos armazenados) detêm 14% da oferta total da criptomoeda, enquanto no caso da Ethereum, o número sobe para 39%.
Além disso, a equipe de pesquisa do Morgan Stanley, liderada por Denny Galindo, diz no relatório que, desde 2018, o ether mostrou volatilidade cerca de 31% maior do que a do bitcoin.
Outro ponto negativo citado na nota do banco americano é que, embora seja a principal rede do setor de finanças descentralizadas (DeFi) e NFTs atualmente, a dominância da rede pode diminuir ao longo do tempo, conforme novos desafios aparecem e redes concorrentes ganham espaço—o documento cita blockchains como Solana, Cardano, Tezos e BNB Chain ( a antiga Binance Smart Chain ).
O texto também cita os riscos ligados à escalabilidade que a rede enfrenta. Os especialistas do Morgan Stanley citaram o crescimento mais acelerado da Ethereum em relação ao bitcoin, mas apontam que isso pode ser um problema. Segundo o documento, o rápido crescimento não acompanha os requisitos de memória necessários para seu funcionamento e, caso os desenvolvedores não realizem as devidas alterações, a demanda por armazenamento na Ethereum pode superar a capacidade da rede.
Considerado um dos maiores bancos de investimento do mundo, o Morgan Stanley tem demonstrado muito interesse pelo setor de criptoativos, alocando parte do patrimônio de seus fundos de investimento no setor. Em novembro do último ano, o banco aumentou sua exposição indireta ao bitcoin, realizando um novo aporte no Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), que fez com que o investimento do banco no setor superasse os US$ 300 milhões.
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