Michael Saylor conta porque está mais otimista do que nunca sobre bitcoin
O CEO da empresa de capital aberto que mais possui bitcoin explica os motivos de estar ainda mais otimista sobre a principal criptomoeda do mundo
Mariana Maria Silva
Publicado em 8 de abril de 2022 às 14h38.
Na última quinta-feira, 7, Michael Saylor, o CEO da MicroStrategy, explicou porque está mais otimista do que nunca sobre o bitcoin. O executivo participou da conferência Bitcoin 2022 nos Estados Unidos, e conversou com Cathie Wood, investidora famosa por acertar a alta nas ações da Tesla e CEO da Ark Invest.
Segundo Michael Saylor, entusiasta assumido das criptomoedas, a assinatura de uma ordem executiva inédita nos EUA pelo presidente Joe Biden teve o poder de virar o jogo para o bitcoin. A ordem executiva foi assinada em 9 de março, e contempla uma abordagem mais amigável quanto à regulação das criptomoedas, com o objetivo de “garantir o seu desenvolvimento responsável”.
“Acho que os últimos 12 meses foram uma virada de 180 graus. Se você voltar para 12 meses atrás, você tinha tantas pessoas inteligentes que tinham muito dinheiro e poder dizendo 'o bitcoin parece bom demais para ser verdade, é tão bom que alguém vai bani-lo'... E acho que algumas semanas atrás com a ordem executiva, o que aconteceu foi que o presidente dos Estados Unidos deu uma luz verde para o bitcoin”, disse o CEO.
A influência dos Estados Unidos para o cenário econômico mundial é algo muito importante para o bitcoin e as outras criptomoedas, segundo Saylor. “Você tem um memorando de uma página que diz que 40 milhões de americanos confiam nisso e isso é parte de seu futuro, ordena que todas as agências governamentais sejam educadas sobre bitcoin e descubram como isso se incorpora ao governo”, disse o executivo, que afirmou não se lembrar da última vez que algo do gênero tenha sido feito pela Casa Branca. “Acho que se eu examinar os últimos cem anos de história e perguntar quando foi a última vez que o presidente dos Estados Unidos orientou o governo a adotar uma nova classe de ativos, a resposta é nunca”, disse.
De acordo com as falas de Michael Saylor no painel, uma das razões para uma abertura maior do governo norte-americano ao bitcoin, seria uma “volta de vitória” que a criptomoeda teria sofrido. Segundo o executivo, no início da tecnologia blockchain, as criptomoedas eram algo “do oriente”, o que gerava medo e incompreensão entre os governantes do ocidente. No entanto, com a adoção por parte da população e empresas do ocidente, como a Tesla e a própria MicroStrategy, o bitcoin teria se tornado uma “tecnologia ocidental”, fazendo com que governantes disputassem por um lugar na vanguarda da inovação financeira.
“O que aconteceu nos últimos 12 meses é que o bitcoin se mudou para o oeste. O bitcoin foi adotado, o governo deu luz verde ao bitcoin e o Congresso e o Senado estão descobrindo com entusiasmo o bitcoin. E agora, há uma pequena disputa sobre quem pode ser o político mais pró-bitcoin”, disse Saylor.
Como anfritriã da conversa, Wood pontuou que estava feliz que o governo norte-americano não havia dado ouvidos a argumentos de que o bitcoin poderia destituir o dólar como a “moeda oficial para reserva de valor”. O CEO da MicroStrategy concordou, pontuando os benefícios propostos pela criptomoeda. “Digo repetidamente que o bitcoin é o porto seguro ético para qualquer figura pública, o porto seguro técnico para qualquer empresa técnica, e é o porto seguro financeiro para qualquer investidor”, disse.
A MicroStrategy é a empresa de capital aberto que mais possui bitcoin, com 129.218 unidades. O investimento na criptomoeda faz parte da estratégia de tesouraria da empresa, que é comandada por Michael Saylor.
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