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Mercados autônomos querem melhorar experiência de compra e cortar custos; conheça

Startup portuguesa e Grupo Muffato lançaram em 2022 o primeiro estabelecimento da categoria na América Latina

Supermercados autônomos não possuem filas ou caixas e usam inteligência artificial (Grupo Muffato/Divulgação/Divulgação)
JP

João Pedro Malar

Publicado em 11 de janeiro de 2023 às 15h40.

Baixar um aplicativo, cadastrar um método de pagamento, entrar em um supermercado, pegar os produtos e ir embora. Essa experiência de compra parece estranha, com algumas lacunas, para quem está acostumado com os mercados atuais no Brasil, mas já é realidade graças à inteligência artificial, dando origem aos chamados supermercados autônomos.

No final de 2022, a startup portuguesa Sensei e o Grupo Mufatto - uma das maiores redes de varejo do país - se uniram para lançar o primeiro supermercado autônomo da América Latina, que traz exatamente essa experiência de compra. Não há caixa, atendentes, necessidade de ler código de barras ou enfrentar filas.

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A conexão entre as duas empresas foi feita pelo OasisLab, um ecossistema de inovação que liga soluções de inovação e tecnologia desenvolvidas por startups com o varejo brasileiro para "trazer novas experiências, tecnologias", explica o sócio da iniciativa, Helio Biagi.

O modelo desenvolvido pela Sensei usa inteligência artificial e um sistema de sensores que retira a necessidade de ter funcionários para controlar as compras. Os produtos escolhidos pelos consumidores são lidos por sensores e debitados na conta do cliente, criada no aplicativo da empresa. A cobrança é feita na opção de pagamento escolhida.

Segundo Biagi, o modelo desenvolvido pela startup poderia ser usado em qualquer área de varejo, como farmácias ou lojas de conveniência. Porém, o foco atual da empresa são os supermercados, daí a conexão com o Grupo Muffato. A primeira loja resultante dessa parceria foi aberta em Curitiba, capital do Paraná.

O modelo de supermercado autônomo é semelhante ao do Amazon Go, e Biagi considera que ele é melhor que os mercados tradicionais em áreas como experiência dos consumidores e cadastro, aumentando também a eficiência dos estabelecimentos em termos de "gestão, análise estatística, recebimento de dados, indicadores".

Ele acredita que a parceria mostra o "momento de caminhar para essa questão digital, sem esquecer o físico, trabalhando juntos, e o mundo das startups, sejam brasileiras ou do exterior, tem colaborado muito com isso. As startups estão ajudando o varejo para trazer mais inovação, combinar físico e digital, trazer novas experiências, levando em conta a gestão da empresa, aperfeiçoar indicadores, gestão de estoque".

Biagi aposta que o consumidor brasileiro perceberá cada vez mais a importância de ter uma "compra sem atrito", algo que só é possível pelo uso de tecnologia, como a dos supermercados autônomos. Para ele, o público jovem é o que melhor tem se adaptado a essas novas formas de compra, vendo com bons olhos a "compra digital física".

O executivo ressalta que, em um primeiro momento, a inclusão da inteligência artificial em supermercados não implica em uma redução nos preços dos produtos. Mas, no médio prazo, esse efeito poderá ser sentido pelos consumidores. A tecnologia permite processar com agilidade e eficiência um número significativo de dados, o que otimiza decisões de gestão.

"O que acontece é que, até por ser algo muito novo no país, à medida que isso se multiplicar, mais supermercados implementarem, e tiverem uma eficiência geral nisso, de processos, sabendo melhor o que vende, para quem, tem rentabilidade maior e pode ter preços menores", explica Biagi.

Ao mesmo tempo, a tecnologia não deverá se tornar uma constante em todos os supermercados do país. Biagi avalia que, pelo menos até o momento, ela é ideal para estabelecimentos menores, na faixa dos 300 metros quadrados, indo dos mercados de condomínios até estabelecimentos de grandes redes. Já em locais maiores, ele diz que "faltam casos práticos".

"O que se tem visto no dia a dia é uma aceitabilidade muito grande do público, que em um primeiro momento procurou até por curiosidade, e gostou e começou a voltar. Eu apostaria que outras lojas virão, os responsáveis estão satisfeitos. E isso mostra a importância de startups, que criam soluções, na colaboração, ajuda, implementação, no sentido de colocar soluções disruptivas e digitais", pontua Biagi.

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