Maioria dos americanos acredita que o futuro das redes sociais está no metaverso, diz pesquisa
O tema, que virou assunto no mundo todo depois do Facebook mudar de nome para Meta, ainda desperta otimismo nos EUA
Mariana Maria Silva
Publicado em 28 de julho de 2022 às 16h11.
Última atualização em 28 de julho de 2022 às 17h02.
Apesar de ter feito sucesso do último ano e atraído grandes empresas, marcas e celebridades, o metaverso enfrenta problemas para se consolidar com a população em massa em 2022. No entanto, a opinião pública sobre o assunto segue relativamente positiva. Uma pesquisa da CoinShares revelou que 57% dos americanos acreditam que o futuro das redes sociais está no metaverso.
O metaverso é um conceito que já existe desde 1992, após ter surgido no livro Snow Crash, de Neil Stephenson. Mas foi só quando uma das principais gigantes da tecnologia decidiu mudar seu nome para Meta em 2021 que o mundo todo tomou conhecimento do conceito que pode protagonizar o futuro da internet.
O boom do metaverso não durou muito tempo. A Meta já perde US$ 2,8 bilhões em sua divisão especializada no assunto, apesar do CEO, Mark Zuckerberg, não se demonstrar preocupado:
“Este é obviamente um empreendimento muito caro nos próximos anos. Estou confiante de que ficaremos felizes por termos desempenhado um papel importante na construção disso”, afirmou, durante a conferência de resultados trimestrais da empresa.
As criptomoedas das duas principais plataformas de metaverso da atualidade, The Sandbox e Decentraland, são negociadas em queda de 83% desde suas máximas históricas em novembro do último ano, de acordo com dados do CoinMarketCap.
Max Shannon, analista de ativos digitais da CoinShares, revela no documento que o número de empresas do metaverso cresceu 193%, e se demonstra otimista quanto ao futuro do setor.
“Está claro que o metaverso não tem muitos casos de uso convincentes no momento. É mais um conceito, uma mudança lógica e uma ideia de como o mundo deveria e poderia ser. Os investidores gostam e aderem ao status quo. Isso foi visto com telefones celulares, internet, TVs, micro-ondas, rádio, mídia social e com a tecnologia blockchain”, comentou.
De acordo com o especialista, o fenômeno que pode explicar o que já ocorreu com tantas novas tecnologias se chama Curva S. “É o fenômeno da curva S: cada nova tecnologia tende a refletir um período inicial de inovação e adoção aparentemente lenta, seguido por um período de mudanças rápidas e, em seguida, um nivelamento à medida que o mercado amadurece à medida que se aproxima da capacidade total”, explicou Shannon.
A pesquisa ainda revelou que 38% dos mil americanos entrevistados acreditam que o metaverso tornaria sua vida melhor, e 47% acreditam que vão utilizar plataformas do gênero para socializar na internet. Apesar disso, outros 52% também revelaram estar “se sentindo sobrecarregados” com o assunto.
Shannon não acredita que o metaverso dominará totalmente nossas vidas no futuro, apesar de ocupar uma parte dela. “Para evitar confusão, o metaverso não é um jogo, um aplicativo ou uma loja. Nem é apenas realidade virtual. E não é apenas um mundo ou espaço digital. Não substituirá a internet e (provavelmente) não consumirá totalmente nossas vidas”, afirmou.
Os principais problemas que preocupam os americanos quanto ao metaverso são o rastreamento e uso indevido de dados pessoais (55%), cyberbullying (44%), segurança (39%), assédio sexual (38%), comportamento ofensivo (37%) e impactos na saúde mental (35%), de acordo com mais de 4 mil entrevistados pela CoinShares.
O analista pontuou que provavelmente o metaverso das próximas décadas não será nada parecido com o que vemos hoje, e os céticos mudarão de opinião “à medida que o significado global [ do metaverso ] for exposto”. Para ele, as métricas atuais são “encorajadoras”.
“Neste momento, o metaverso parece estar em desilusão, pois o interesse parece ter diminuído ou falhado. Daqui para a frente, empresas de tecnologia menores podem se abalar ou fracassar. No entanto, o sucesso do metaverso está altamente correlacionado com a indústria de criptomoedas. Portanto, os investimentos podem continuar e mais exemplos de como a tecnologia pode beneficiar a sociedade podem surgir e se tornar mais amplamente compreendidos”, concluiu.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok