Inclusão financeira: o futuro do dinheiro no Brasil para além do Drex
Drex não é apenas uma nova moeda, é uma oportunidade de proporcionar uma economia mais moderna, eficiente e inclusiva
Redação Exame
Publicado em 27 de agosto de 2023 às 14h11.
Por Cristiano Maschio*
A evolução da sociedade está ligada ao progresso tecnológico. E um dos setores que tem testemunhado uma grande transformação é o das finanças. O Drex , que é uma moeda digital de banco central (CBDC, em inglês), está previsto para 2024 e promete gerar impactos profundos na forma como lidamos com o dinheiro e acessamos serviços financeiros.
Para entender melhor, podemos olhar através da lente do conceito “6D da curva exponencial”, orientado por Peter Diamandis. Difundido no mundo das startups e da tecnologia, os 6Ds representam a trajetória de crescimento acelerado e impacto disruptivo que as inovações seguem, passando por Digitalização, Decepção, Disrupção, Desmonetização, Desmaterialização e Democratização.
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Isso tudo tem a ver com o futuro do dinheiro. O que estamos vivendo nesse momento é a digitalização da nossa moeda. O Real Digital Brasileiro, ou Drex, é completamente virtual e reside em sistemas de tecnologia de ponta, como blockchain . Além de agilizar transações, também reduz a necessidade de intermediários, garantindo maior eficiência e segurança.
A desmonetização, por sua vez, está intimamente ligada à digitalização. À medida que a tecnologia evolui e é difundida, o custo diminui significativamente. Com a introdução do Drex, custos tradicionais associados à impressão e distribuição do dinheiro físico serão reduzidos, o que resultará em menos gastos com fabricação de cédulas, transporte e segurança.
Com isso, vem a desmaterialização. Aqui, a tecnologia se torna cada vez mais compacta e portátil, eliminando a necessidade de dispositivos físicos. O Drex significa que o dinheiro não é mais uma entidade física, mas sim um ativo digital. Assim como os CDs foram substituídos por serviços de streaming de música, a cédula perderá espaço para a propriedade e eficiência eletrônica.
O passo final - e pelo qual mais torço - é a democratização. Nessa fase, a tecnologia se torna amplamente acessível. Uma das promessas do Real Digital é ampliar a inclusão financeira, graças a acessibilidade por dispositivos móveis e transações baratas, capazes de abraçar uma parcela significativa da população brasileira que atualmente está à margem dos serviços bancários tradicionais.
Em resumo, o Drex, aliado a alguns pilares do 6D, permite visualizar um futuro em que o acesso financeiro seja democratizado. Conforme avançamos em direção à digitalização do dinheiro, podemos esperar mais agilidade nas transações, menos custos e uma gama de serviços financeiros para todos. Isso também abrirá portas para a inovação descentralizada, com a participação ativa das pessoas no desenvolvimento de soluções financeiras adaptadas às suas necessidades.
O Drex não é apenas uma nova moeda, é uma oportunidade de proporcionar uma economia mais moderna, eficiente e inclusiva. Como toda mudança, enfrentará desafios. No entanto, a tendência é clara: a digitalização do dinheiro é o futuro, e o Brasil está dando um passo audacioso em direção a um sistema financeiro inovador e equitativo.
*Cristiano Maschio é CEO da Qesh IP,bacharel em direito, gestor empresarial e gestor de projetos. Especialista em projetos smart money, com aplicação de meios de pagamentos através de inteligência artificial. Reconhecido pela Visa em seu programa de aceleração no Vale do Silício como startup revelação de meios de pagamento.
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