Exame Logo

Gráfica que imprime dinheiro de papel há 160 anos vai participar de desenvolvimento do Drex

Empresa alemã Giesecke & Devrient anunciou parceria com o Banco do Brasil focada em pagamentos offline com a versão digital do real

Drex pode ser lançado até o início de 2025 (Reprodução/Reprodução)
Cointelegraph

Agência de notícias

Publicado em 12 de março de 2024 às 09h34.

Uma das gráficas mais antigas do mundo e responsável pela impressão de notas de dinheiro físico em diversos países anunciou uma parceria com o Banco do Brasil ligada ao desenvolvimento do Drex , a moeda digital brasileira. A parceria da gráfica alemã Giesecke & Devrient com o BB pretende implementar pagamentos offline para o projeto.

A Giesecke & Devrient foi fundada em 1852 na cidade de Leipzig por dois jovens artesãos empreendedores, Alphonse Devrient e Hermann Giesecke. No mesmo ano de fundação, a gráfica conseguiu seu primeiro grande contrato com o Banco de Weimar para produzir cédulas usadas à época.

Veja também

A gráfica vem participando da história monetária de diversos países desde então. Logo após a Primeira Guerra Mundial, ela se tornou uma das principais gráficas da antiga República de Weimar, na Alemanha . Já no ano de 1936, produziu os ingressos para as Olimpíadas de Berlim e, desde 2020, tem como foco atuar na criação de moedas digitais de bancos centrais ( CBDCs ), refletindo as mudanças do sistema financeiro para um modelo digital.

No Brasil, assim como fez em Gana e na Tailândia, a empresa pretende habilitar pagamentos offline com moeda digital. O Banco do Brasil fechou um acordo de cooperação técnica com a empresa para estudar a aplicação dessa tecnologia no Brasil, utilizando o Drex, versão digital do real atualmente em desenvolvimento pelo Banco Central .

O Banco do Brasil participará do projeto-piloto dessa solução, que busca desenvolver métodos adaptados à realidade brasileira para executar transações offline com o Drex, complementando os meios tradicionais de pagamento, como dinheiro, cartões e Pix .

Segundo as empresas, o acordo, resultado de meses de negociação, pretende explorar novas possibilidades de uso para o Drex, especialmente em transações do dia a dia, como compras em estabelecimentos comerciais e pagamentos de serviços.

Além disso, a tecnologia pode ampliar o acesso financeiro a pessoas com dificuldades de conexão à internet ou em regiões com infraestrutura precária, possibilitando transações seguras por meio de dispositivos como pulseiras ou anéis.

A solução em estudo foi apresentada no programa Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift Challenge), promovido pelo Banco Central. Durante o evento, Severino Sequeira, executivo da Giesecke+Devrient, explicou que a proposta funciona como um cartão que pode ser carregado com stablecoins atreladas ao Drex e utilizado para pagar por produtos e serviços sem a necessidade de conexão à internet.

Para depositar um valor, o usuário aproxima o cartão de um aparelho que possui uma conta na plataforma do Drex, como um celular, e então digita o valor, fazendo a transferência.

Para fazer pagamentos o uso é o mesmo, sendo necessário aproximar o cartão no aparelho que vai realizar o recebimento, sem a necessidade de estar conectado com a internet. O valor no cartão, disponível para pagamentos offline, também pode ser transferido para uma conta online.

"Para garantir a segurança do cartão há diversas camadas de segurança, inclusive podemos adotar sistemas de segurança usadas na impressão de notas para a impressão do cartão, certificando cartões como sendo o 'eCard' oficial do governo", destacou o executivo na apresentação do projeto, em 2023.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:Drex (Real Digital)BB – Banco do Brasil

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Future of Money

Mais na Exame