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Empresa vai minerar bitcoin com energia de Itaipu e pretende favorecer PIB do Paraguai

Mineradora de bitcoin vai utilizar excedente de energia renovável produzida pela Usina de Itaipu e acredita que negócio pode trazer “ventos favoráveis” para o PIB do Paraguai; entenda

(Reprodução/Reprodução)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 17 de outubro de 2023 às 18h09.

Última atualização em 17 de outubro de 2023 às 18h19.

Uma empresa vai utilizar a energia produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu para minerar bitcoin e acredita que, com isso, pode favorecer o PIB do Paraguai. Tudo isso será possível através da compra do excedente de energia renovável da usina que está localizada na fronteira do Paraguai e do Brasil.

A Usina de Itaipu, que é a maior geradora de energia renovável do planeta, irá fornecer a energia necessária para a mineração de bitcoin da Sazmining. A rede blockchain do Bitcoin funciona através do mecanismo de consenso da Prova de Trabalho (PoW), o que faz com sejam necessários computadores superpotentes para validar as transações realizadas, gastando assim muita energia.

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O presidente da Sazmining, Kent Halliburton, disse ao Decrypt que devido à dinâmica única de geração de energia hidrelétrica do Paraguai, ele estava vendendo 5 Gigawatts de energia com prejuízo para seu vizinho, o Brasil. É por isso que as autoridades e comunidades locais abraçam a presença da empresa, disse ele.

A Sazmining opera plataformas de mineração bitcoin de propriedade do cliente, recebendo uma comissão de 15% pelo serviço.

"Vento favorável" para o PIB do Paraguai

Aproveitar a barragem de Itaipu e comprar o seu excedente de energia, em vez de o Paraguai exportar com prejuízo, “transforma um vento contrário para o PIB do Paraguai num vento favorável”, disse Halliburton.

Ainda que o Paraguai não esteja tão desenvolvido no setor de mineração de criptomoedas, o presidente da Sazmining acredita no potencial do país se tornar o “novo Texas”, estado americano que se destaca na mineração de bitcoin.

“Vejo isso como uma oportunidade para aqueles de nós que entendem a dinâmica do Paraguai”, disse ele, acrescentando que estão se posicionando à frente da “corrida aparentemente inevitável dos mineradores de bitcoin”.

A Usina de Itaipu custou US$ 27 bilhões para ser construída e bateu o recorde mundial do Guiness Book como o objeto mais caro do planeta. Agora, a instalação pode colaborar para um futuro mais sustentável do bitcoin, cuja mineração causa polêmica pelo uso excessivo de energia e incomoda até mesmo o Greenpeace. Outra empresa, a Bitfarms, também anunciou em julho deste ano que usaria a energia da Usina da Itaipu em suas funções.

Além disso, os custos para minerar bitcoin nas instalações da Sazmining serão bem menores do que nos Estados Unidos. Segundo a empresa, serão US$ 0,047 ante US$ 0,17 por quilowatt-hora nos EUA.

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