Dinheiro e tendências

Tudo o que você precisa saber sobre Bitcoin

Criado em 2009, o Bitcoin é a primeira e a mais conhecida moeda digital do planeta

 (iStockphotos/iStockphoto)

(iStockphotos/iStockphoto)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2020 às 01h10.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 18h45.

O Bitcoin é a moeda digital mais conhecida do planeta e representa um dos ativos financeiros que mais desperta interesse de pequenos, médios e grandes investidores.

Seus números impressionam: começou sendo vendido a menos de US$ 1 em 2010 – ano das primeiras cotações da moeda -, teve seu maior pico em quase US$ 20 mil e atualmente está valendo cerca de US$ 11.300 (preço checado em 16/10/2020).

Mas o que, além dos números, desperta tanta curiosidade em participantes experientes do mercado de investimentos (e também de leigos), que enxergam no Bitcoin uma possibilidade de ganhos financeiros agressivos?

Uma das respostas está no potencial tecnológico do processamento de dados, que é pouco discutido, mas essencial para o mundo da tecnologia da informação e para inovações capazes de transformar nossa realidade.

A revolução digital trouxe, de forma geral, a necessidade de novas formas de processamento, e o Bitcoin e outras criptomoedas, abrem esse espaço.

 

Satoshi Nakamoto e o começo do Bitcoin

Satoshi Nakamoto é o pseudônimo de quem criou o Bitcoin. Mas o nome não representa necessariamente um indivíduo, já que existem rumores de que o projeto foi desenvolvido, na verdade, por um grupo de pessoas. Existe uma série de teorias misteriosas a respeito de quem realmente é Satoshi Nakamoto, mas, até agora (2020) todas são meramente especulativas.

A primeira aparição da figura de Satoshi foi em 2008, em um grupo de discussões chamado The Cryptography Mailing. Lá, Satoshi apresentou o Bitcoin e pouco tempo depois o lançou.

Nessa época, o Bitcoin era um conceito complexo e consideravelmente inovador, até mesmo para quem trabalhava com tecnologia. Poucas pessoas tinham, de fato, ideia de que a moeda poderia ter algum tipo de valor real. Para muita gente, o Bitcoin seria uma moeda digital com valor no mundo exclusivamente digital.

Uma das primeiras transações de Bitcoin chega a ser surpreendente com o entendimento que temos hoje sobre o assunto. Um dono de bitcoins trocou, em 2010, cerca de 10.000 BTC por duas pizzas grandes, que na época custavam US$ 25. Em outras palavras, o preço de 1 bitcoin nessa transação foi de US$ 0,0025.

A ordem de grandeza hoje se inverteu: com US$ 10 mil, você compra um bitcoin. Detalhe: só se passaram dez anos desde a criação da moeda e o preço teve uma ascensão gigantesca. Definitivamente, aquelas foram as pizzas mais caras da história.

Outra curiosidade interessante é que o primeiro nome de Satoshi acabou virando uma das identificações para frações do Bitcoin. Funciona assim: um bitcoin possui oito casas decimais e um satoshi é a menor fração da moeda. Isso significa que um bitcoin equivale a 100.000.000 (100 milhões) de satoshi. Essa fração serve justamente para que a moeda tenha valor também de forma dividida.

 

Como funciona o Bitcoin

Essa é uma pergunta frequente e que costuma causar confusão. Vamos explicar de maneira rápida – o assunto será explorado em outros artigos, com detalhes mais técnicos – o funcionamento do protocolo, para você entender que o Bitcoin não é algo impossível de rastrear.

Em termos técnicos, o Bitcoin é um mero registro. Ele funciona por meio de um livro de registros digital, compartilhado e público, chamado blockchain. É alterando valores destes registros que a rede do Bitcoin faz suas transações.

Os registros são compartilhados entre vários computadores – de supercomputadores a computadores pessoais –  ao redor do mundo, conectados a uma grande rede, refletindo os resultados das transações.

Vale ressaltar que todas as transações são assinadas criptograficamente, e também que a validade de uma transação pode ser facilmente verificada, ao mesmo tempo em que as chances de falsificação da criptografia são praticamente nulas. Em outras palavras: é quase impossível fraudar o blockchain do Bitcoin.

 

O que é minerar Bitcoin?

A mineração, apesar de parecer para muitos apenas uma forma de adquirir bitcoins, na verdade é um sistema distribuído de consenso. O que isso quer dizer? Que a mineração é, na verdade, um processo usado para disseminar todas as novas transações válidas para os computadores da rede, onde o computador que realiza esse processo recebe uma quantidade de bitcoins como recompensa pelo trabalho.

Isso permite que a rede seja neutra. Em outras palavras, uma vez que uma transação entra nos registros distribuídos, ela vai continuar sendo válida e nunca poderá ser contestada, já que possui confirmações de diversos computadores em todo o mundo sem um viés subjetivo. É uma propriedade chamada de imutabilidade, que serve para evitar fraudes financeiras de duplo gasto.

 

Mas como esse processo de confirmação da transação ocorre?

É aqui que entra o termo “blockchain”: As transações que aguardam confirmação são agrupadas em um bloco por algum computador da rede. Esse mesmo computador resolve um problema matemático que lhe garante o direito de transmitir este bloco para os outros computadores da rede. Neste processo uma referência ao último bloco transmitido é adicionado ao conteúdo deste novo bloco para que se forme uma cadeia de blocos (“blockchain”).

 

O Bitcoin no Brasil

O Bitcoin, assim como as outras criptomoedas, chegou ao Brasil há alguns anos, fomentando um mercado específico de investimentos. No início, o sistema caminhava sem regulamentação. Surgiram diversas empresas para negociação de bitcoins e várias outras moedas digitais surgiram - algumas honestas, outras nem tanto.

O fato é que nos últimos anos o mercado de criptomoedas vem passando por algum escrutínio dos órgãos reguladores. Uma série de regulamentações estão sendo elaboradas para evitar as grandes fraudes que vêm poluindo este mercado.

Prova disso é a Instrução Normativa 1.899/19 da Receita Federal do Brasil, que trata da obrigatoriedade de prestação de informações relativas às operações realizadas com criptoativos à Secretaria Especial da Receita.

Países como EUA, Canadá, Reino Unido, Japão e Singapura, entre vários outros, já possuem legislação a respeito do assunto. Por aqui, projetos de lei têm sido discutidos no Congresso Nacional, mas ainda não foram aprovados.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedas

Mais de Dinheiro e tendências

Mais na Exame