Future of Money

Criminosos roubam R$6,3 bilhões em criptomoedas; Ethereum é principal alvo

Valor foi obtido por criminosos apenas entre julho e setembro de 2021 e quase 75% do total foi roubado em ataques no ecossistema Ethereum

Hackers roubara mais de US$ 1 bilhão em ataques à protocolos, corretoras, carteiras e outras plataformas em blockchain (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)

Hackers roubara mais de US$ 1 bilhão em ataques à protocolos, corretoras, carteiras e outras plataformas em blockchain (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 19h35.

O crescimento recente do mercado de criptomoedas, que chegou a 1 trilhão de dólares pela primeira vez no início do ano e agora já acumula valor de mercado total acima de 2,5 trilhões de dólares, provocou também o aumento de crimes cibernéticos relacionados aos ativos digitais.

Hackers especializados na tecnologia blockchain, capazes de invadir sistemas de corretoras, sequestrar dados de acesso de carteiras, entre outros tipos de ataque, se tornaram mais comuns, impulsionados também pelo surgimento de novas redes, menos seguras e, muitas vezes, com falhas que permitem a exploração por atores mal intencionados.

O blockchain do bitcoin, principal criptomoeda do mundo, nunca sofreu um ataque bem-sucedido. A rede, em si, nunca foi afetada por criminosos. Mas o mesmo não se pode dizer de ferramentas e soluções que construídas nela. E menos ainda em outros projetos, em especial aqueles que circulam na rede Ethereum.

Segundo levantamento da Atlas VPN, mais de 1,13 bilhão de dólares, ou mais de 6 bilhões de reais, foram roubados por hackers apenas no terceiro trimestre de 2021, entre o início de julho e o fim de setembro. Do total, cerca de 70% foi roubado de usuários ou aplicações da rede Ethereum.

De acordo com o estudo, foram 20 hacks no ecossistema Ethereum, e somente um deles responde por grande parte dos 800 milhões de dólares roubados: o ataque à Poly Network, que resultou no roubo de 610 milhões de dólares, que posteriormente foram devolvidos pelo hacker responsável pelo ataque.

As corretoras cripto foram o segundo maior alvo dos criminosos, que roubaram 114 milhões de dólares desse tipo de plataforma entre julho e setembro. Quase 90 milhões foram roubados em um único ataque, à corretora japonesa Liquid. Depois, aparecem as aplicações da Binance Smart Chain (23 milhões de dólares roubados), do ecossistema Polygon (4 milhões) e da rede EOS (25.400). Outros 28 hacks em ecossistemas menores ou com o lançamento de falsas criptomoedas totalizaram 193 milhões de dólares roubados.

A maioria desses ataques envolve a exploração de falhas nos protocolos ou nos sistemas de segurança de projetos e plataformas, mas também inclui práticas como phishing e outros métodos para o roubo de credenciais de acesso à sistemas de custódia, como carteiras e contas em exchanges.

Segundo a Atlas VPN, os três primeiros trimestres de 2021 registraram volume maior de roubo de criptomoedas do que todo o ano de 2020 - foram 146 eventos até setembro de 2021, contra 122 em 2020. Em 2019 foram 133 casos e, em 2018, 84. Com a alta do mercado no início de outubro, alguns outros casos de ataques já foram reigstrados e o número - e a diferença em relação à 2020 - deve aumentar ainda mais até o final do ano.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube

 

Acompanhe tudo sobre:Bitcoincrimes-digitaisCriptoativosCriptomoedasEthereumHackersseguranca-digital

Mais de Future of Money

Stablecoins: o dólar digital sem fronteiras?

ETFs de cripto: entendendo a tese de investimento em ativos digitais para 2025

Fundador do LinkedIn diz que bitcoin valerá US$ 200 mil em 2025 e que investiu no ativo em 2013

"Drex é o início da tokenização do sistema bancário", diz Campos Neto em despedida do BC