Correlação entre criptomoedas e mercado de ações da Ásia é maior do que nunca, diz relatório do FMI
Relatório do Fundo Monetário Internacional aponta aumento de 10 vezes em correlação e chama a atenção para a necessidade de regulação compatível
Mariana Maria Silva
Publicado em 26 de agosto de 2022 às 10h43.
As criptomoedas estão mais correlacionadas ao mercado de ações da Ásia do que nunca, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O documento revela que antes da pandemia de coronavírus, o mercado de criptomoedas operava de forma isolada no sistema financeiro asiático, mas tudo mudou nos últimos dois anos.
Dados divulgados pelo FMI apontam uma correlação entre o retorno do bitcoin e dos mercados de ações da Índia 10 vezes maior, por exemplo. Já as correlações de volatilidade, segundo o órgão, aumentaram 3 vezes durante a pandemia.
“As correlações de retorno do bitcoin e dos mercados de ações indianos aumentaram 10 vezes durante a pandemia, sugerindo benefícios limitados de diversificação de risco das criptomoedas”, diz o relatório.
Após a pandemia ter impulsionado a correlação entre as criptomoedas e as ações asiáticas, a situação torna o sistema financeiro do continente mais suscetível aos riscos do mercado cripto, o que exigiria dos governos a criação de estruturas regulatórias para proteger os investidores e economia dos países, aponta o FMI.
O relatório informa que os governos asiáticos “aumentaram seu foco na regulamentação de criptomoedas, e estruturas regulatórias estão em andamento em vários países, incluindo Índia, Vietnã e Tailândia”.
Por um lado, a crescente aceitação de plataformas de investimentos com atuação no mercado cripto e a maior presença de investidores institucionais neste mercado são as principais causas para a correlação, o que beneficia o crescimento do mercado de criptomoedas. De acordo com o FMI, poucas partes do mundo adotaram as criptomoedas como a Ásia.
Por outro, a correlação evidencia a urgência em suprir a necessidade de estruturas regulatórias compatíveis para este mercado.
No relatório, o FMI defende busca de estruturas regulatórias adaptadas aos principais usos dos criptoativos em cada país, que deve estabelecer regras para as instituições financeiras que atuam como a classe de ativos e orientar os investidores sobre o risco.
“Embora a digitalização possa ajudar na transição para um sistema de pagamento ambientalmente consciente e também promover a inclusão financeira, as criptomoedas podem representar riscos à estabilidade financeira”, afirmou o FMI.
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