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Editor do Future of Money
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 17h34.
Centenas de carteiras digitais que eram usadas pelo site da Deep Web Silk Road registraram na última terça-feira, 9, as primeiras transferências de criptomoedas em mais de 10 anos. Os endereços ainda armazenam milhões em unidades de bitcoin, mesmo após o governo dos Estados Unidos confiscar boa parte dos ativos obtidos pelo site.
A movimentação foi identificada pela empresa de monitoramento de redes blockchain Arkham Intel. De acordo com a companhia, 312 carteiras digitais que pertenciam ao Silk Road e estavam paradas desde 2015 registraram novas movimentações de unidades de criptomoedas, que foram enviadas para outras carteiras digitais.
Ao todo, as carteiras possuíam US$ 44 milhões em unidades de bitcoin. Desse total, US$ 3,14 milhões foram transferidos nesta semana. Ainda não está claro quem realizou a transferência e qual seria o objetivo da movimentação, o que abriu espaço para especulações.
A principal teoria é que os ativos estariam sob controle de Ross Ulbricht, um dos criadores do Silk Road. Ulbricht foi preso e condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, mas recebeu um perdão presidencial de Donald Trump neste ano e já está em liberdade.
Desde que Ulbricht foi solto, havia especulações no mercado de que ele ainda teria acesso a bitcoins perdidos do Silk Road e que, agora, poderia movimentá-los. Ulbricht nunca confirmou a possibilidade, mas a transferência meses após o perdão e o período de inatividade das carteiras durante a sua prisão corroboram a teoria.
O Silk Road foi um dos principais sites da Deep Web e da Dark Web no início dos anos 2010. O site era usado para diversas operações de compra e venda, servindo como um marketplace descentralizado. E as criptomoedas, em especial o bitcoin, serviam como forma de pagamento nas operações.
Entretanto, o Silk Road também foi usado para diversos negócios ilegais, incluindo tráfico de drogas, tráfico humano e venda de órgãos. Os crimes levaram as autoridades dos Estados Unidos a derrubarem o site em 2015, investigando e prendendo os criadores do site.
Anos depois da derrubada do Silk Road, as autoridades norte-americanas conseguiram apreender mais de US$ 3 bilhões em unidades de bitcoin que pertenciam aos donos do site. Os ativos seguem sob controle do governo, com exceção dos US$ 44 milhões que estavam parados nas carteiras até essa semana.
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