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CEOs de Bradesco, Itaú, Caixa e BTG veem potencial transformador de novas tecnologias

Líderes de alguns dos maiores bancos brasileiros compartilharam experiências de implementação de inovações em seus negócios

CEOs do Itaú, BTG, Bradesco e Caixa falaram sobre inovações no setor bancário (Getty Images/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de junho de 2023 às 12h25.

Os CEOs de alguns dos maiores bancos do Brasil participaram nesta terça-feira, 27, da abertura do Febraban Tech, um evento daFederação Brasileira de Bancos ( Febraban ) voltado para o tema de inovação financeira . Em suas falas, os executivos comentaram como suas instituições estão trabalhando novas tecnologias, e as vantagens que elas podem trazer para a economia e sociedade.

Durante a abertura, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, também falou sobre o tema , destacando a importância dos bancos brasileiros como líderes nos processos de inovação da economia. "Os bancos não vão sair de cena, eles são geracionais e transformacionais. As transformações digitais cão continuar", avaliou o executivo.

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Participaram do evento de abertura Octavio de Lazari Junior, CEO do Banco Bradesco, Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, Maria Rita Serrano, CEO da Caixa Econômica Federal e Milton Maluhy (Itaú Unibanco), CEO do Itaú Unibanco.

Bradesco

Na avaliação de Lazari Junior, existe "muita coisa nova" quando o assunto é tecnologia. Ele destacou que o Bradesco trouxe, nos anos 1960, o primeiro computador para o Brasil, o que simboliza como o banco tem mantido a inovação tecnológica no radar. "Hoje, o que a gente pode observar é que as novidades que estão chegando, seja ChatGPT, inteligência artificial generativa, computação quântica, nuvem, muitas coisas novas", comentou.

Nesse sentido, o CEO do Bradesco destacou que é preciso que as empresas "estejam preparadas" para essa novidade. No Bradesco, a preparação envolveu a criação do InovaBRA, um "ecossistema de empreendedorismo, testes de novas tecnologias que estão surgindo no mundo". Como exemplo, ele citou testes recentes realizados com o ChatGPT, que foi usado para avaliar comunicados do Banco Central e inferir possíveis efeitos em comunicados futuros.

Lazari Junior também disse que o Bradesco trabalha com inteligência artificial desde 2008, quando lançou a Bia, uma assistente virtual, mas que a inteligência artificial generativa mudou esse cenário: "O que nós podemos observar é que se tivesse IA generativa desde aquela época, o que demorou cinco anos seria feito em poucas semanas. É uma capacidade grande de gerar conhecimento e treinar os novos assistentes e tecnologia".

BTG Pactual

Já Roberto Sallouti, do BTG Pactual , observou que o banco teve uma jornada diferente das outras instituições representadas no painel de abertura, já que surgiu como um banco de investimentos, sem agências bancárias ou ampla capilaridade. Ele comentou que "a gente sempre invejou os concorrentes por isso", mas que as novas tecnologias mudaram essa questão.

"O digital veio como uma oportunidade de fechar esse gap competitivo e foi muito importante pra gente, foi uma transformação cultural colocando a tecnologia no centro do negócio. A tecnologia deixou de ser a área de apoio para ser uma área transversal, e isso envolve uma transformação de mindset, posicionamento, recrutamento", observou o executivo.

Sallouti também compartilhou a provocação de que os bancos estão se tornando cada vez mais "bank techs", já que a área com mais pessoas envolvidas nas operações dos bancos é a de tecnologia. "Isso é uma transformação que permitiu expandir a base de clientes e o volume de transações, em um ambiente competitivo, transparente, em que quem se beneficiou foi o consumidor, que paga menos por transação, tem menos spread de crédito", destacou.

Caixa Econômica

Maria Rita Serrano, CEO da Caixa Econômica Federal , destacou que, ao falar de tecnologia, é importante considerar também outros aspectos, como a bioeconomia, que ela ressaltou ser "o futuro". "É preciso fazer um presente que garanta o futuro", comentou a executiva, citando um processo de "destruição do meio ambiente, aumento da pobreza, de desigualdades, e não vai ter futuro sem mudar isso".

"O mundo digital tem que entrar para melhorar o mundo", defendeu Serrano. Ela deu como o exemplo desse potencial o esforço da Caixa para criar, em 15 dias e durante a pandemia, o Caixa Tem, um "aplicativo que desse conta de atender 70 milhões de brasileiros. A Caixa ficou na linha de frente da pandemia, e provou o seu DNA de função pública".

"O Caixa Tem foi o aplicativo que garantiu, através da abertura da poupança digital, a inclusão bancária de 50 milhões de brasileiros sem acesso a serviços bancários e garantiu o pagamento dessas pessoas. Foi uma tecnologia criada em momento de crise para incluir, bancarizar e atender as pessoas", pontuou.

Itaú

Na visão de Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco , a discussão em torno das transformações digitais "não começou ontem. É algo que vem ocorrendo há anos, mas o que mudou é a velocidade". Ele destacou que, prestes a completar 100 anos em 2024, o Itaú é hoje um banco "mais jovem, tecnológico e transformado, dado essa velocidade de reação às mudanças e de ter feito os investimentos necessários".

Apesar de destacar o cenário desafiador, ele defendeu que as empresas "nunca devem ter medo do novo, sempre será uma oportunidade". No caso do setor bancário, Maluhy avaliou que "a tecnologia empoderou o consumidor, o ser humano. Hoje, cada um tempo um banco no celular e pode tomar decisões quando e como fizer sentido. No caso do Itaú, dois terços dos sistemas legados foram 100% modernizados, a gente entrou nessa agenda de inovação".

Além da infraestrutura, o executivo ressaltou a importância de também mudar a forma de trabalho - com metodologias mais ágeis - e a própria cultura da instituição, que precisa ser "centrada no cliente para potencializar ao máximo o uso da tecnologia. É a forma como trabalha em cima dela que muda a experiência do cliente".

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