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Bitcoin valendo US$ 10 milhões? BCE diz que cenário é "plausível"

Analistas do banco central da zona do euro apresentaram análise crítica sobre a criptomoeda, citando potencial prejuízo para quem não investir no ativo

Bitcoin: criptomoeda foi tema de novo estudo do BCE (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 17h36.

Analistas do Banco Central Europeu ( BCE ) divulgaram recentemente um relatório em que afirmam que seria "plausível" que o bitcoin chegasse a um preço de US$ 10 milhões. Entretanto, a afirmação não faz parte de uma visão mais positiva dos pesquisadores sobre a criptomoeda, que citaram possíveis efeitos negativos de uma hipervalorização do ativo.

No relatório, os analistas citaram diversas projeções sobre o preço futuro da criptomoeda, incluindo a de US$ 1 milhão até 2030 citada pela megainvestidora Cathie Wood e a de US$ 10 milhões apresentada pelo ex-candidato à Presidência dos Estados Unidos Robert Kennedy Jr.

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Para os analistas do BCE, "embora o valor de mercado atual de um bitcoin esteja na faixa de US$ 50 mil a US$ 60 mil, pode-se argumentar que qualquer preço do bitcoin é igualmente plausível, incluindo US$ 10 milhões ou
mais – uma vez que nenhum destes preços tem qualquer justificação econômica específica ou base imputada".

Eles destacaram ainda que, hoje, há uma divergência no mercado. Alguns economistas e críticos do ativo afirmam que ele seria uma bolha que, inevitavelmente, irá estourar e gerar um grande prejuízo para seus investidores. Já os defensores da criptomoeda veem o seu potencial como grande reserva de valor digital, substituindo o ouro, e portanto com forte potencial de valorização.

Apesar do tom mais crítico ao bitcoin, os analistas do BCE não descartam que seus defensores podem estar corretos. Caso esse seja o cenário, eles apontam que o resultado seria que "em termos absolutos, os primeiros investidores do bitcoin iriam exatamente aumentar a sua riqueza e consumo reais à custa da riqueza e do consumo reais daqueles que não possuem bitcoin ou que investiram nele apenas numa fase posterior, tarde demais".

"Assim, deixar de investir no bitcoin não seria apenas uma oportunidade perdida para acumulação de riqueza, mas significa um empobrecimento real em comparação com um mundo sem bitcoin. É pouco provável que esta redistribuição da riqueza e do poder de compra ocorra sem prejuízos para a sociedade", argumentam.

Bitcoin e política

O estudo do BCE destaca ainda que "mesmo que os retardatários não possam atribuir a sua perda de poder de compra à valorização do ativo, eles sentirão mal-estar e frustração, o que contribuirá ainda mais para uma sociedade cada vez mais dividida".

Os analistas avalariam ainda o potencial da criptomoeda influenciar na política em diversos países. Na visão deles, "a evolução do preço do bitcoin, sem uma âncora intrínseca estável, é fortemente influenciada pelo governo, incluindo medidas regulatórias, legislação e o potencial estabelecimento de reservas em bitcoin, embora esta dependência obviamente prejudique seu conceito original de independência em relação a governos".

"Em contextos democráticos, onde os políticos são responsáveis ​​perante os eleitores, esta dependência implica que as atitudes em relação ao bitcoin podem influenciar os resultados eleitorais", dizem, citando como grande exemplo potencial a próxima eleição dos Estados Unidos, em 5 de novembro.

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