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Artistas digitais defendem que NFTs ampliam oportunidades: 'valorizam a arte e a autoria'

Registrados em blockchain, tokens não fungíveis garantem a exclusividade e autenticidade de obras de arte digital, que chegam a valer milhões de dólares

Everydays: the First 5000 Days, do artista Beeple: vendida por 69 milhões de dólares (Bord Ape Yacht Club/Reprodução)
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Mariana Maria Silva

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 11h48.

Com o surgimento e a expansão do mercado de tokens não fungíveis ( NFTs ), novas portas foram abertas para profissionais do setor artístico. Nos últimos anos, obras de arte digital registradas em blockchain movimentaram quantias milionárias, ganhando o reconhecimento de instituições tradicionais, como as casas de leilão Sotheby’s e Christie’s.

De acordo com a consultoria alemã Statista, desde o ano passado o Brasil é o segundo país do mundo no ranking global de pessoas que possuem um NFT. Com cerca de 5 milhões de usuários, o país fica atrás apenas da Tailândia. Estes números mostram que os NFTs, além do retorno financeiro, servem como uma espécie de “vitrine” para artistas, graças ao seu alcance global.

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“Os artistas estão sempre à procura de novas possibilidades para expor o próprio trabalho. Os NFTs abrem portas que antes não existiam para artistas de mídias diversas, designers e pessoas que trabalham com efeitos especiais. Ao colocar uma obra no mercado digital, o mundo todo pode ter acesso a ela, não se restringindo a uma visita física em galerias, por exemplo. Por se tratar de um produto novo, quanto maior a criatividade, maior o apelo”, afirmou Sylmara Multini, CEO do International Digital Group.

-(Mynt/Divulgação)

A empresa de Sylmara desenvolve tokens não fungíveis e trabalha diretamente na união de artistas digitais com este mercado, ainda em sua fase inicial. Neste sentido, artistas responsáveis por coleções como a de cards colecionáveis de ídolos do futebol brasileiro, opinam sobre o papel dos NFTs no desenvolvimento de sua carreira.

Will Rios é um deles. Vencedor da terceira edição do concurso “Manto da Massa”, projeto desenvolvido pelo Atlético-MG para a criação de uma nova camisa, o ilustrador participou da criação de uma coleção especial de NFTs para o atacante Richarlison, da Seleção Brasileira, e para o ex-jogador Reinaldo, ídolo do Galo, ambas em parceria com o International Digital Group (IDG).

“Os processos têm sido ótimos. Tudo ficou mais especial por serem projetos de ícones e referências no esporte, que exigiram estudo e conhecimentos mais aprofundados sobre cada um. O resultado veio de um processo fluido e bem orgânico, além da liberdade para brainstorming com a equipe e o tempo de produção estabelecido para criarmos uma coleção de qualidade”, afirmou Will.

Já Daniel Resende, defende a valorização da arte e a autoria de seus trabalhos artísticos.

“Trabalhar com NFTs significa valorizar a arte e a autoria dos conteúdos. Como artista, vejo nos tokens uma maneira de proteger meu trabalho, impossibilitando que roubem ou copiem algo criado por mim. Além disso, o mercado de NFTs pode explorar uma maior interação direta com o consumidor, pois muitas pessoas ainda não entendem ou sabem o significado desses ativos”, afirmou.

Resende participou dos dois projetos pela IDG ao lado de Will Rios. O artista destaca a importância de oportunidades que vão além das ilustrações comuns. Experiências como o desenvolvimento de cards interativos podem abrir novos horizontes profissionais, disse.

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