Análise: queda de preço após recorde não muda cenário otimista do bitcoin
Entenda a performance do bitcoin sob a perspectiva da análise técnica após uma semana movimentada pela estreia do primeiro ETF de futuros de bitcoin nos EUA
Mariana Maria Silva
Publicado em 21 de outubro de 2021 às 12h24.
Última atualização em 21 de outubro de 2021 às 16h27.
Por Lucas Costa *
O bitcoin atingiu sua máxima histórica nesta semana e chegou a ser cotado em 66.999 dólares na Coinbase. O otimismo do mercado se deve à aprovação do primeiro ETF de criptoativos dos Estados Unidos e sua excelente estreia no mercado. O surgimento desse tipo de produto representa um passo importante da inserção das criptos em um ambiente mais regulado e que conversa com os mercados tradicionais, depois do susto por posturas mais duras de SEC. Vale destacar que também tivemos uma saída de mineradores da China, o que pode ter causado um pouco mais de alívio, por uma diminuição de concentração no mercado.
No gráfico diário, observamos o teste do topo histórico dos 64.745 dólares e sustentação nesse patamar de preço. A região citada é importante e representa o topo da pernada de queda entre 14 de abril e 22 de junho (seta laranja) que acompanhamos nas análises das retrações de Fibonacci (regiões de correção baseadas nas proporções de Fibonacci de um movimento anterior). É importante destacar que o preço se encontra distante da média móvel de 21 períodos (azul) em 13%, que pode indicar um preço “esticado”. Na Análise Técnica a média móvel é um indicador rastreador de tendência e que o preço tende a ter um comportamento cíclico de afastamento e retorno às médias, que geralmente são bons pontos de entrada a favor da tendência. A tendência segue de alta, mas um movimento de correção pode testar a faixa dos 57.500 dólares, sendo importante a sustentação nesse nível.
O gráfico de 4 horas pode ser utilizado para uma observação do movimento de forma mais detalhada, e nele acompanhamos a formação de um canal de alta, com topos e fundos ascendentes, demonstrando a predominância da pressão compradora. A linha de tendência de alta (preto) se encontra inclinada, sustentando a tendência de curto prazo. A ferramenta das retrações de Fibonacci mostra as regiões de correção da última pernada de alta (conectando o último fundo e último topo) e possíveis pontos de correção para retomada do movimento altista. Dito isso, as regiões dos 58.850 dólares (retração de 61,8% de Fibonacci) e 56.930 dólares (76,4% de Fibonacci) podem ser bons pontos de entrada, com um melhor risco retorno para novo teste do topo anterior.
Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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